Um ingênuo tico-tico, com todo
carinho e dedicação, confeccionou seu ninho, quando cedo advieram os ovinhos.
Este, junto com o companheiro, procurou um lugar discreto, no que, com muita
dificuldade, alguém pudesse localizar seu esconderijo. Procurou, durante dias,
chocar os seus ovinhos, quando nem se deu o tempo para averiguar o resultado do
trabalho.
O casal, depois de dias, viu o
nascimento de umas lindas criaturas, que, como pais, pareciam “as mais bonitas
do mundo”. A mãe, com o seu empenho, procurava insetos e larvas, que pudessem
alimentar os rebentos. Os filhotes cresceram e aí as diferenças salientaram-se.
Um chupim, com a maior astúcia e
discrição, havia-lhe colocado um ovo, que gerou um esbelto pássaro. Ele nasceu
e cresceu diante do suor alheio, quando, em meio ao desconhecimento e posterior
consentimento, tornara-se sócio da ninhada.
A
vida econômica assemelha-se aos chupins, quando cedo temos sócios nos
empreendimentos. O tempo revela o tamanho do parasitismo, que cresce e onera os
encargos. Uma carga deveras onerosa, na sociedade organizada, recaí sobre os
indivíduos quando muitos são os chupins.
Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)
Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Chupim