O milharal, nas
verdes espigas, caía no chamamento da aventura. O apetite convidava a invasão e
peripécia. A fauna silvestre, no ardor da sobrevivência, forçava-se a sucessiva
ação!
O estômago, no ranger
da fome, condena ao risco. Os papagaios, na calada da manhã, enveredaram na
plantação. As espigas, no imaturo e pontas, saíram abertas e machucadas!
Raros grãos, nas
muitas danificadas unidades, acabaram atingidos e comprometidos. As sucessivas
incursões, na frequência dos ataques e visitas, originaram significativos estragos!
A destruição, em semanas,
acarretou prevenções e reclamos. O agricultor, no inquérito dos causadores, auferiu
a autoria. Os ouriços e periquitos receberam a injusta culpa!
Os indesejados, na
base das caçadas, espantalhos e tiros, acabaram enxotados e perseguidos. Os papagaios,
nos rasantes vôos, instigaram ação e riram-se da situação!
A artimanha, na
autoria, consistiu em safar-se das acusações e perigos. A indevida denúncia, no
alheio desconhecimento e inocência, consistiu em denigrir os periquitos!
O idêntico, nas eleições,
aplica-se a políticos e servidores. Os malandros fazem as lambazas e
maracutaias. A autoria recai nos modestos. Dignos acabam injuriados e maculados!
O alvo, no artifício,
consiste em esconder e suprimir a oportuna indecência. Os ingênuos, na
inocência e negócio, escutam e oferecem crédito. A justiça está acima da infâmia!
A iniquidade, na alegria e satisfação, verifica-se no
princípio dos censuráveis e trapaceiros. O discernimento, na exatidão da divina
justiça, extrapola espaço e tempo!
Guido Lang
“Crônicas das
Colônias”
Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Periquito-verde