A crise, na origem (da
má gestão pública), abateu-se na economia. As pessoas, na maioria, acodem em “falidas
e sofridas”. Os débitos, em domésticos, acorrem no dilema da cobertura. O crédito,
no “apregoado aos ventos”, defraudou carteiras. As improvisações, em angariar
grana, advêm no “deus nos acuda”. Os citadinos, na “selva de pedra”,
instituíram um “vale tudo”. Os comércios, no fecundo, adquirem dúbios feitios
de ofício. Os padrões, no corriqueiro, ligam-se na disfarçada pilhagem. O assalto,
corrupção, drogadição e prostituição intensificam-se no utensílio do “ganho pão”.
As contravenções, no submundo, contraem ares de fainas normais. Alguns, no alvo
de auferir restos, alienam “cães e gatos nas esquinas”. Os urbanos, no
“assentado do galho seco”, coagem-se em “vender alma ao diabo”. A má gerência,
na compra refinada e gasto depravado, “implodiu cobertura e ganho”. O usual, na
inversão de valores, versa: “O certo decorre
como errado e o execrável transcorre em apropriado”.
Guido Lang
“Histórias
do Cotidiano Urbano”
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