O cidadão, na luta
pela sobrevivência, vivia atucanado. A adolescência caía na busca das ocasiões
e sucessos. A consorciação, estudo e trabalho, diluía o tempo. O cansaço, nas
prolongadas jornadas, sucedia no diário dos afazeres. As folgas ficaram no
plano secundário.
A vida pessoal, nos tempos,
ficava no acessório. Os familiares sobrevinham na parca visita. A aguçada velhice,
na idolatrada tia (classe de secundária mãe), aconteceu no inicial ensejo. A paisagem
incorreu na parca mudança. O tempo parecia corroer apenas os entes.
Os cinco anos, na
última estadia, haviam transcorrido “na feição de piscar de olhos”. A achegada,
na outrora habitual morada, marcou caso curioso. O envelhecido cão, no idêntico
instante, distinguiu o encanecido amigo. O cheiro e feição delatou o
companheiro.
As brincadeiras, no decorrido,
existiam vivas nas memórias. O fato retrata o vigor das habituais
reminiscências. As ocasiões permanecem registradas na alegoria e retina. Os sinceros
amigos recordam os experimentos e sucedidos. A sorte acompanha os nobres de
coração.
Os cães revelam-se os
guardas dos pátios. O procedimento retrata o espírito dos donos. Os amigáveis,
nos contíguos, incidem na consideração. Os hostis, na suspeita, pintam banimento.
O altivo número, no parco fruto, cai no inútil dispêndio e mau trato.
As adequadas
sociedades, na curta e rápida estada terrena, incidem na bênção divina. A
confiança mútua, na afeição e convívio, proporciona encanto e fortuna.
Guido Lang
“Singelas Crônicas
das Vivências”
Crédito da imagem: http://www.caesmania.com/