Uma família, em meio às
dificuldades de cada dia, criou meia dúzia de filhos. Um desafio, como
produtores rurais, sustentar tamanho número de bocas!
O objetivo, na época
própria, era constituir auxiliares ao trabalho familiar. Os rebentos, antes do
imaginado, cresceram rápidos e seguiram a sina!
O primeiro passo,
diante das oportunidades e propostas, foi abandonar o lar. A preocupação
essencial era ganhar o pão de cada dia e profissionalizar-se no trabalho!
Um membro após o
outro tomou a direção do mundo. O destino revelou-se as cidades. O pessoal, num
“vap e vup”, espalhou-se aos quadrantes. A distância tomou sentido!
Os pais, a cada
anoitecer, estranharam a realidade do silêncio. Eles, a cada escurecer,
imaginaram o presenciar da achegada dos filhos. Eles deveriam estar em casa
neste horário!
A ausência e saudade
consistiram em ver ninguém chegar. O ambiente carecia daquela agitação e
bagunça. O espaço, na exclusiva presença dos genitores, parecia inerte e
triste!
A vida começava a
revelar a melancolia do desfecho da jornada. Os anos transcorreram apressados.
A idade, a cada aniversário, parecia fluir mais rápido!
As realizações e valores,
duma civilização e geração, caem por terra antes do imaginado! O indivíduo, no
presente, revela-se um mero elo entre o passado e futuro!
Certas descobertas e experiências assimilam-se unicamente
com o peso dos anos. Os filhos crescidos e independentes, trazendo os netos,
proporcionam a dimensão da transitoriedade da existência!
Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano
das Vivências”
Crédito da imagem: http://globoesporte.globo.com/platb/philrajzman/page/4/