Um modesto colono, a
cada safra, cultivou suas tradicionais sementes de melancia. Este possuía uma
paixão excepcional pela cultura. Ela, no sabor do calor de verão, dava um cardápio
especial. Algumas frutas, bem geladas e graúdas, reuniam a família ao redor da
comilança. O pessoal degustava-a na proporção de fazer alguma pausa nas
obrigações.
A dificuldade e o problema
relacionou-se ao frequente roubo das colheitas. Alguns malandros, alheios aos
esforços do trabalho (com o plantio e seus cuidados), surrupiavam sacos e mais
sacos do produto. Algumas peças nem fariam a menor diferença, porém os exageros
importunavam-no deveras. Este, diante da astúcia e ousadia, resolveu improvisar
e inovar.
O produtor, nas
beiradas da lavoura, encheu o espaço com abelhas. Elas, em inúmeras
comunidades, faziam a segurança. O patrimônio viu-se cedo resguardado pelas
africanas. O respeito, desconhecido pelos larápios, impôs-se rápido no ambiente.
A fama, da escamoteada
surpresa, correu nos falatórios da comunidade. Uns, das abelhas, tiveram mais
medo “do que o diabo da cruz”. Os ladrões certamente temiam chocar-se com
alguma caixa! As necessidades criam as invenções! Conciliar adversidades é obra
de espertos!
Singelos atos, no âmbito geral, fazem muita diferença.
Conciliar interesses é uma maneira de avolumar patrimônio. O temor de uns
mostra-se a alegria/felicidade de outros. Cada qual luta pela sobrevivência com
as armas ao seu alcance. As coisas ruins até o vento encarrega-se de espalhar (na
proporção das boas custarem a avolumar-se).
Guido Lang
“Singelas Histórias
do Cotidiano das Colônias”
Crédito da imagem: http://ahortadocouto.blogspot.com.br