O cliente, na compra
da casa e terra, vislumbrou ensejo de aplicação e melhoria. O porão, no espaço
escuro e fresco, acorria no bom clima e recinto subaproveitado. O desleixo, em
décadas, arrastava-se na peça. As aranhas e sapos, no baixo sótão, perpetravam
esconderijo e festança. A vicissitude, na remoção de chão, incidia em afundar lugar.
As férias, no sabor do calor, achegaram-se no direito e tempo. Alguma capitalização,
no investimento, foi separada na compra dos materiais. O jeito, na contratação
de pedreiro, foi “colocar mãos na obra”. A dupla, entre patrão e servidor,
peleou alongadas e medidas horas. A extração de terra, edificação de murada e
reboco nas paredes aconteceu nas jornadas. O lugar, no ocioso, assimilou ares
de peculiar e precioso. O fato, na encanecida sina, confirma: “O despojado, nas
folgas, afeiçoa em carregar pedras e perpetrar massa”. As reformulações, no
habitual, associam atos e tarefas. O
valor, em itens, conhece-se na dimensão do dispendido suor.
Guido Lang
“Fragmentos
de Sabedoria”
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