A beltrana, na meninice,
viu-se criada e educada no campo. As brincadeiras e instruções advinham no conjunto
do ambiente natural. O livre-arbítrio, na essência, sucedia na abastança e bonança.
O banal, na fartura habitual, carecia do maior apego e valor.
A sobrevivência, na criação
da família e incumbência profissional, transportou ao exercício urbano. O consórcio
e trabalho, na migração campo-cidade, modificaram as atitudes e hábitos. Os brotos,
no total de quatro, achegaram-se nos dispêndios e inquietações.
A realidade, na progredida
idade, trouxe a desumana prova. Os rebentos, no caminho dos oportunos nortes, dissimilaram-se
pelos municípios. O companheiro, no inesperado, antecipou na precoce morte. A
vida, na velhice, despontou na dureza do asfalto e concreto.
A aposentadoria ocorreu
na clausura. O edifício, no diminuto apartamento, despontou no ambiente particular.
As janelas e portas conferiram-se cingidas de ferros e grades. A diminuta
moradia, no artificial, gerou estresses e patologias. O tédio caía na
associação.
A saudade, na ânsia
de mexer na terra, advinha no diário das reminiscências. O sonho incidia no
desejo de viver nalguma chácara. A solução, na mudança dos climas, consistiu em
meter o pé-na-estrada. As escolhas, no diário das vivências, decidem as
alegrias e amarguras.
As
pessoas, nas variadas formas, instituem-se algemas e prisões. As coisas,
segundo a atribuição, possuem o sentido e valor.
Guido Lang
“Singelas Crônicas
das Vivências”
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