A idosa senhora, nos
setenta anos, advinha na canseira e enjoo. A descendência, na luta da
supervivência, continha parca paciência e tempo. Filha, genro e esposo anteciparam
na morte. A moléstia, na solidão, pintava contínuo ônus. A longa vida, no
enigma da extinção, mostrou-se delongada e sofrida. As lembranças, na prática
usual da memória rural dos antigos, adotaram repetida lembrança. Os animais, na
impraticável recuperação (em caso extremo de achaque ou ferido), caíam no dó do
sacrifício. A clemência, no alívio da agonia e desdita, aconteciam na obra do detentor.
A ascendência, em modelos, deparou-se em assemelhados holocaustos. A anciã, no
silêncio da aurora, materializou igual extermínio. A dolente história ansiava regresso
às origens primárias (no unido aos finados). O óbito, na causa mortis, atestou
depressão. A agente, na praxe dos suicidas, careceu dos anotados. O chamado, no
íntimo, impeliu ao ardil. Os vivos, na dor
e reverência, comentam e pensam na inimaginável força.
Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”
“Fragmentos de Sabedoria”
Crédito da imagem: http://airodebas.blogspot.com.br/