O ancião, nos noventa
anos, empilhou cobiça e riqueza. Os prédios e terrenos, na distinta
localização, incidiram em acúmulos e locações. A expansão urbana, no incipiente
distrito e póstumo município, originou casual aconchego e fortuna. A grana, no ciclo
das horas, caía na origem de dividendos e domínios. O sujeito, no exclusivo filho,
tornou-se o abonado da povoação. A vida, na essência, decorria na economia e
geração de cobre. As atenções e direções, no informal das conversas e
preocupações, incidiam na ampliação de fazendas. A morte, na benzida idade, calhou
no tempo. A fortuna, no sucessor, assistiu-se herdada e gozada. O tesouro, no amontoado
e resguardado papel (moeda), inviabilizou em levar ao além. A extenuação, no epílogo
da biografia, conduziu na pá de terra (no esquife e narina). A extinção, entre pobres
e ricos, estabelece igualdade de naturezas. Os humanos, no meio social, inventam
agitações e diferenças. A pessoa, em
vida, deixa juízos e modelos.
Guido Lang
“Fragmentos
de Sabedoria”
Crédito da imagem: http://www2.ucg.br/