Um colonial, nas suas
andanças e incursões, mantinha um caso extraconjugal. O caso ocorria com a
viúva. A discrição, na compreensão dos autores, mantinha-se como certeza absoluta!
A fulana, a
aproximados quinhentos metros, residia distante da residência familiar do
aconchegado. A moradia desta, numa visão panorâmica, localizava-se nos fundos
da propriedade. Um espaço dominado pela aparente cerrada vegetação.
O aventureiro, nas idas
e vindas das lidas rurais, frequentemente achegava-se a enviuvada. As inúmeras
visitas de cortesia, com o tempo, começaram a gerar desconfianças e suspeitas (das
prováveis intimidades).
Algum parente e
vizinho, como o beltrano sendo pai de família, começou a desconfiar e reparar o
comportamento alheio. Os curiosos, na surdina, indagaram-se sobre as excessivas
proximidades do beltrano. O fato, com as corriqueiras suspeitas, levou a um discreto
reforço na vigilância.
As suspeitas cedo
confirmaram-se com a ímpar denúncia. O cão, como assíduo e persistente caçador
e parceiro, vivia como companhia inseparável do dono. A sua diversão maior eram
as caçadas, guardas e passeadas na roça (junto ao companheiro).
O animal, em diversos
momentos, foi visto nas cercanias do pátio da viúva. A realidade denunciou a
certeza da presença do proprietário. Os familiares, conhecendo o excessivo
apego animal, daí logo concluíram: “- O Zumbi anda pelo pátio da fulana! O cidadão
certamente encontra-se no interior da residência!”
O visitante, muito
astuto e esperto, achava-se seguro da discrição e do sigilo. Uma bela e doce
ilusão: a presença animal, nas cercanias da moradia, denunciava todas as eventuais
incursões. O pessoal, diante do primeiro sinal, conhecia e sabia da acolhida!
Difícil enganar e ludibriar os expert! Os segredos denunciam-se pelos detalhes!
Ao bom entendedor meia palavra basta!
O cidadão acha-se esperto, porém não pode subestimar a inteligência
alheia. Os coloniais mantêm uma acirrada e discreta observância sobre os
acontecimentos e vivências. O pior imbecil revela-se aquele que engana a si próprio!
Guido Lang
“Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência”
Crédito da imagem: http://www.guiapetecia.com.br