O cidadão, após
intenso estudo e trabalho, viu-se empregado. A gerência, numa média empresa, levou a ganhar excelente salário. A sorte
brilhava e sorria no jardim da existência!
Os ganhos, em anos,
levaram a comprar um veloz carro (do ano). A espaçoso e magnífica mansão ganhou
ares de edificação! O relacionamento familiar, na riqueza, fraquejou!
Os convites e
facilidades, na fama e fartura, passaram a ser muitos! As aventuras e
festanças, diante da “virada cabeça”, tomaram forma. Ideias estranhas foram
acatadas!
A separação, entre brigas
e intrigas, sucedeu-se no matrimônio. A separação de bens ostentou-se a
realidade. Esposa e filhos ganharam escassa atenção e preocupação!
O fulano, na informal
conversa, dizia: “- De manhã sou o Ricardinho, a tarde o Ricardo e a noite o Ricardão”. Este entendia-se como
sinônimo de ”garanhão das madrugadas”!
As companhias, na
proporção do bem estar financeiro, “achegavam que nem abelha no mel”. Estas, nos
muitos e variados eventos, “choviam que nem água na horta”!
A gama de amigas,
conhecidas e namoradas sucedia-se nos bailes e festas. Os dispêndios, das
acumuladas sobras, foram dilapidados. Os gastos ultrapassaram os ganhos!
O cidadão, em meses,
encontrou-se no desemprego e pobreza. A desgraça e miséria levou a implorar o
retorno familiar. O patrimônio, no todo, via-se ainda uma modesta bicicleta!
O resto, na jornada,
fora vendido e o dinheiro gasto na farra. A mulherada, no caminho, careceu de
deixar por menos! A bonança faz achegar gente como amizade e irmão!
Nada melhor do que o tempo para revelar a realidade dos
fatos. A cabeça fraca castiga o corpo!
Guido Lang
“Crônicas das
Vivências”
Crédito da imagem: http://www.historiadigital.org