O quente e úmido
tomou conta do cenário colonial, quando todas as espécies entocadas criaram
vida. A preocupação essencial consistia em viver o prazer de cada momento,
porém cumprir uma sina. Esta relaciona-se a multiplicação, no que o sentido
maior é a perpetuação das espécies. Aromas, através da floração das plantas,
espalham-se pelos espaços, no que o exército anônimo fica adoidado.
Falo das abelhas, sem momentos de
folga, vão devassando os ambientes com vistas de avolumar material às colméias.
Uma labuta acirrada, do clarear ao anoitecer, proporciona bilhões de vôos e
sobrevôos entre comunidades e flores. Avoluma-se, em cada florzinha, proporções
ínfimas de néctar, que em forma de mel, cera e própolis possibilitam a
manutenção e a procriação da espécie. Os soldados com uma vida dedicada ao
cumprimento da nobre missão.
Os trabalhadores, na proporção das
essências vegetais, nenhum espaço poupam para as visitas. Estes perpassam
quaisquer ambientes e seres na medida de haver cheiros adocicados. Florestas,
entre baixadas e encostas, encontram-se vasculhadas; lavouras, no contexto das
áreas planas e pouco inclinadas, vem-se perpassadas flor por flor; jardins e
pomares, nas proximidades das residências coloniais, ganham primazia das
atenções... Alguns momentos ímpares, com floração excepcional dos citrus e
pitangueiras como exemplo, levam os insetos a fazer uma cantoria grandiosa.
Fala-se do zunido no momento da coleta do material, quando dias inteiros de
chiados fazem-se ouvir.
O ritmo de vida, após umas semanas,
torna-se ensurdecedor com a enxameação. Comunidades dividem-se com vistas de
procurar novos ares, no que algumas precursoras vêm-se destacadas para procurar
um lugar próprio à moradia. Pesquisam-se os lugares para encontrar espaços ocos
entre pedreiras e troncos, quando apicultores relaxaram na instalação de
caixas-iscas. As famílias novas seguem a idêntica escola, que fora assimilada
na comunidade original. Um trabalho ardoroso para começar do zero a nova
família, que para muitas outras espécies serve de modelo de capricho,
dedicação, organização e persistência ao trabalho. Hábitos milenares
encontram-se repetidos até a exaustão do soldado anônimo.
As
abelhas, para o atento criador e observador, causam um fascínio e paixão pelo
exemplo de vida como comunidade. Fazem os humanos, pela estrutura de
organização social, entender a necessidade de aprender muito na sua passagem
terrena. Os insetos, numa onipresença, sempre têm alguns representantes em
qualquer canto e recanto do planeta.
Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-Brasileira)
Crédito da imagem: http://profhelena4e5ano.blogspot.com.br/2010/12/vida-das-abelhas-e-doce-mesmo.html