O reservatório estendia-se
sobre o cenário colonial. A água, sinônimo de vida, atraía as espécies. As
presas, no convite, atiçavam primitivas aptidões e instintos de coleta!
A fauna silvestre, no
imenso açude, multiplicava-se estabanada. A reserva alimentar, ao esfomeado
residente, palpitava nos olhares. Os inovados pratos assistiam-se possibilidades!
A ambição humana, originária
dos impulsos selvagens, adveio no desejo de degustar o diverso. A exótica carne,
no cardápio, via-se convite ao variável no paladar!
A cobiça abrangia as arredias
rãs-das-moitas. A caçada, na paciência, despontava um ardil de profissional. Os
sapos boi, no exemplo, revelaram-se dificílimos de pegar!
O morador, nos
apurados instintos, inovou no conhecimento. O estudo do artifício, na acirrada
observação, revelou o caminho. O alimento, na preferência, eram as minhocas!
O rural, na alongada
taquara, adicionou anzol ao náilon. A cobra-cega viva, na ponta de ferro,
via-se espetada. A fura-terra, na agonia e instinto, mexia-se abalada na água e
artefato!
As esfomeadas e precipitadas
pererecas engoliam anzol e isca. O segredo, no silêncio, consistia em atirar o artifício
nas águas e charcos. O fruto assistia-se abundante e corriqueiro!
As esdrúxulas, no
peculiar preparado e tempero, atraíam apreciadores e despertavam afrodisíacas
crenças. Os homens, nas necessidades, inovam
na finura do amparo animal!
O astuto, no chamarisco, descobre esperta saída. A esperteza
reside em descobrir a solução mais viável aos dilemas!
Guido Lang
“Crônicas
das Colônias”
Crédito da imagem: http://www.trilhaape.com.br/