Os colonos, no
alumiar da primavera, mal colocaram as sementes no solo! As formigas, sobretudo
as cortadeiras, procuram externar sua astúcia e ferocidade alimentar. Um
trabalho incessante, nas caladas das tardes e noites, tomam vulto em hortas, lavouras
e pátios. Os insetos avançam de forma desenfreada e sútil (sobre culturas recém
brotadas ou germinadas). Os estragos e prejuízos, de forma vultosa, tomam conta
nos cenários produtivos.
Os plantadores mal
viram brotar as tenras plantas! Citrus, cereais, tubérculos vêem-se cortados e
carregados (na direção dos ninhos). Estabeleceu-se uma guerra insana (entre
humanos e insetos). Os irracionais estabelecem prejuízos monetários
incalculáveis e os ditos racionais (sendo os
forasteiros) tentam localizar/exterminar ninhos. As formigas, sobretudo
de hábitos noturnos, enfurnam-se entre ciscos, construções e pedregulhos. A localização, com a acentuada
astúcia e apurado instinto de sobrevivência, mostra-se praticamente impossível.
Inúmeros coloniais/produtores, ao longo da história, “chegavam a pular da cama
nas caladas das noites ou fazer vigilância” (diante da necessidade imprescindível
de exterminar formigueiros). Achavam-se alguns ninhos porém outros tantos floriam (com razão de manter ativo a espécie).
As intensivas caçadas
ocorriam nos prenúncios da enxameação. O combate, em função dos ninhos volumosos,
aumentava as chances a eficiência do extermínio. A enxameação representava um punhadinho
de dezenas ninhos (em formação e desenvolvimento). O combate tornava-se deveras difícil em função
das dificuldades de localização. O tempo, na proporção do desenvolvimento das
culturas, revelaram os excepcionais e reais estragos. Os produtores perdiam em
espaço, sementes e serviços (em função do incessante e aparente minúsculo
trabalho dos insetos). Adoram as lavouras de acácia, cana, eucalipto, mandioca,
rosas... A preferência, dos ataques, recai sobre os brotos e folhas tenras. Ostentam-se
próprios a fabricação do seu alimento. Afluem de boas distâncias para
carregarem materiais e logo abrem especiais
trilhos (para facilitar suas idas e vindas).
A guerra, com o advento
dos formicidas (iscas granulados), tomou novos rumos. A ciência e tecnologia
encontram-se trabalhando a favor do homem. Os colonos conseguem inibir ataques
porém impossível imaginar o extermínio das espécies. Estas, emprenhadas em brejos,
cercas, matos e roças, precaveram-se contra a hecatombe. Parecem compreender a
necessidade de resguardar-se e precaver-se diante da astúcia e ousadia humana.
Iscas tradicionais, a base de citrus e tubérculos, careciam da real eficiência.
As iscas e a vigilância porém mantém-se constantes com vistas de assegurar o
sucesso agrícola. Um conflito básico, das partes, resguardarem-se das
necessidades de sua subsistência. Outros capítulos dramáticos, nesta guerra
insana, prometem suceder-se nos campos. Os humanos sabem da impossibilidade de vencer o combate/guerra (diante da sensibilidade das formigas acumuladas em
milênios de subsistência neste planeta).
Quaisquer empreendimentos e negócios possuem suas
dificuldades e satisfações! Cada espécie precisa confrontar-se com os desafios
da sobrevivência. Certos brindes e cortesias, a semelhança das iscas, escondem interesses
escusos e perigos inimagináveis. Alguns dilemas combate-se, porém sabe-se da
impossibilidade de vencê-los!
Guido
Lang
Livro
“História das Colônias”
(Literatura
Colonial Teuto-brasileira)
Crédito da imagem: http://efinkenauer.blogspot.com.br/2011/10/pesquisador-da-uenf-estuda-metodologia.html