Um morador, em função
das restritas dimensões, resolveu fazer um puchado na residência colonial. A
obra tomou vulto nos horários intercalados ao trabalho semanal!
O cidadão, como
improvisado construtor, colocou mãos a obra. As serradas madeiras conheceram uma
função nobre e útil. A família, feliz com o aumento dos espaços, viu-se abrigada,
confortada e segura!
O problema, por infindáveis
semanas e intermináveis meses, revelou-se a questão do telhado. As telhas viram-se
continuamente atrasadas e postergadas na sua colocação!
Alguma lona, como
improvisada cobertura (nos dias chuvosos e frios do inverno sulino), serviu de
telhado. O provisório assumiu cedo ares da aparência do definitivo!
As conversas e
discursos, como justificativa ao desleixo, relacionava-se as comuns e
ocasionais precipitações. Elas, nos finais de semana, acabariam inviabilizando os
trabalhos!
O dono e trabalhador,
com as frequentes precipitações, acreditava “estar enterrado algum azarado e
finado urubu”. Os empecilhos, no maior azar, decorriam de alguma energia ou espírito
retrógrado e sobrenatural!
As coitadas e
infelizes aves, esfomeados, perseguidas e repugnadas, assumiam as impróprias
culpas e desculpas! Algo maior precisou justificar a causa do fracasso e inércia!
A verdade, no
detalhe, ligava a carência e má gerência monetária! A desculpa empregada como singela
justificativa à consciência!
Os braços e pernas fraquejam na proporção da escassa
vontade. Alguns vivem com as costas largas e ouvidos surrados! “Em casa de
ferreiro, espeto ostenta-se de pau!”
Guido Lang
“Singelos Fragmentos
das Histórias do Cotidiano das Vivências”
Crédito da imagem:http://imagensgratis.com.br/urubu/3