Uma jovem senhora, como
profissional da limpeza (no serviço público), manteve “um dia de cão!” O
trabalho, na segunda, ostentava-se um ônus deveras chato e oneroso.
Esta, na surdina das obrigações
e tarefas, via-se o dia inteiro a reclamar e xingar pelos cantos e recantos do ambiente.
O relógio, no ínterim da jornada, parecia estagnado (“os ponteiros parados nas
horas”). Os encargos, para o dolorido e
sofrido corpo, davam a sensação de sobrepôr-se as energias e nervos.
Um amigo, parceiro de
muitas brincadeiras e conversas, estranhou o esdrúxulo comportamento e queixas.
Este, no tradicional espírito de camaradagem, disse: “- O marido, hoje à noite
no ambiente de casa e íntimo, faz uma aconchegante e boa massagem! Os males e
nervosismos acabarão relegados e suprimidos! O vigor reinstalará-se neste
esbelto e jovem corpo!”
A fulana, sem maiores
delongas e explicações, liga ao parceiro. O celular, como surpresa, acaba
repassado ao falante. Um mico, de primeira ocasião, diante do aparente
desconhecido. A situação, diante do desafio e improvisada gargalhada, consistia
em “abraçar ou largar” o aparelho e diálogo!
O cidadão, num avermelhar
e gaguejar, repetiu: “- Olá! Uma satisfação poder falar com o fulano! A sua
senhora encontra-se muito resmungona! Esta, a qualquer instante, encontra-se a
bater louça e falando a toa! Ela, no ambiente familiar, precisa receber uma atenção e carinho especial! A gente, no
final das contas, preocupa-se e procura dar algum conselho!”
A conversa ficou
nisso (diante da inércia do ouvinte). Uns não tem como ajudar e auxiliar nas
aflições e preocupações! Os amigos e colegas, nos ambientes de camaradagem,
adoram pregar micos e peças (para oferecer circo e diversão aos alheios).
Os micos e mimos, nos ambientes de bom relacionamento,
rompem a monotonia e rotina das vivências. “A gente morre e ainda não viu tudo!”
“Quem diz o que quer, ouve o que não quer!”
Guido Lang
“Singelas Crônicas do
Cotidiano da Existência”
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