A senhora, mãe e vó,
dedicou-se a família. A vida, em décadas, visou o bem estar. Os rebentos, na
jornada, criaram-se em sete. As alegrias e dilemas foram incontáveis na peleja!
Os filhos, na idade
própria, tomaram a direção das cidades. As famílias foram constituídas. A sobrevivência
tornou-se a essência das atenções e preocupações!
A original, no
falecimento do marido e pai, viu-se desfeita. A enviuvada mãe continuou a jornada
no recanto familiar. A questão, no avanço da idade, revelou-se no descaso!
A senhora, na
carência e solidão, ficou curtindo os finais dias. Os filhos, genros, noras e
netos foram empurrando a situação. Os cuidados, da idosa, careceram da especial
atenção!
Os responsáveis, absorvidos
nos negócios e profissões, abstiveram-se do esmero. A anciã, no desleixo e
ostracismo, ficava perambulando no desfecho dos dias!
A descendência ignorou
o voluntariado nos cuidados. Os membros possuíam indisponibilidade de tempo. O
caso, no ocaso de certo dia, resultou na notícia do perecimento!
A cortesia e
gentileza tornaram-se dilema. O dinheiro passou a comprar os serviços dos
cuidados. O indivíduo, na existência, carece de vislumbrar o conjunto das
misérias!
O cidadão pensa conhecer a índole dos próximos. A
avançada idade, no decurso dos anos, espelha o real apego e consideração
familiar!
Guido Lang
“Crônicas das
Vivências”
Crédito da imagem: http://saude.sapo.pt/saude-em-familia/senior/artigos?pagina=4