O vizinho, na casta
de folgado e inativo, acode nos atrelados e melindrosos olhares. As perambulações,
no corriqueiro do pátio e via, simulam fingida solicitação. O curioso, no artifício,
atrela-se na camuflada aspiração. A afamada vizinha, no usual dos afazeres e ambulações,
peregrina no ativo e real reparo. O interesse, no escamoteado, liga-se nas segundas
intensões. O ardente corpo, no firme e esbelto (na “flor da idade”), cai no “convite
da intimidade”. O namorico, em “ausente amado”, ficou sabedor do impróprio artifício.
O ancião, em “idade de ser seu pai”, acorre na “alucinação e fantasia da alheia
fortuna”. O episódio, no acordo social e urbano, estabelece intriga e suspeita.
A grosseria, no camuflado, esconde “quebra de confiança e vizinhança”. As
pessoas, na astúcia ou inocência, prestam-se aos ambíguos e calculistas. Os incidentes,
nas imprudências, criam adversidades e buchichos. Os citadinos, no corriqueiro, mostram-se muito desconfiados e mercantilistas.
Guido Lang
“Histórias
do Cotidiano Urbano”
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