Os rurais, absorvidos nas lidas da
propriedade, dependem das condições meteorológicas, quando afinam as atividades
ao próprio do dia. Observam, portanto, muito as condições chuvosas, bom e
nublado do que depende sua produção primária. Uma série de sinais observados de
forma cuidadosa, revelam as condições do tempo, quando encontram-se no
quotidiano da vivência. Estes encontram-se lá e precisa-se somente de olhos
para interpretá-los/lê-los no contexto da natureza. Salientam-se entre outros
uns marcantes:
01. Nascer ou pôr do
Sol, como bola de fogo, chuva nas próximas horas;
02. Cavalo rolando
no potreiro – alternação do tempo no próximo dia;
03. Nambu cantando
no amanhecer – chuva no outro dia;
04. Pedras com
suadouro, chuvas nas próximas horas;
05. Angolistas no
telhado mudanças próximas no tempo;
06. Galinhas
irrequietas em árvores no contexto do dia sinais de “ar pesado” (alta umidade);
07. Cachorro com o
rabo levantado – sinal de tempo estável; deitado de barriga para cima – tempo
instável;
08. Aves estendendo
asas ao sabor do Sol sinalizam chuvas próximas;
09. Suadouro da
canalização da água – chuva a vista nas horas subsequentes;
10. Formiga
correção, migrando terra abaixo, tempo bom; indo lugar acima – revela
umidade/chuva;
11. Água do poço
fraquejando em forma de filete anúncio de precipitação nos dias próximos;
12. Bem-te-vi
anunciando “gib rêem!” - possibilidade de chuva nos próximos três dias;
13. Araquã gritando
em horário anormal do dia – chuva nos dias subsequentes;
14. Saracura em
alarido excepcional fora do horário tradicional da manhã assinalam chuvas;
15. Fumaça em
baixa/ar pesado – véspera de chuva; fumaça subindo/ar leve sinaliza tempo bom;
16. Ossos
fraturados, com sinais de dores as vítimas, marcam mudanças de tempo;
17. Aves procurando
sombra de manhã prenúncio de excepcional calor;
18. A cigarra
cantando - o calor alevanta, chuva distante;
19. Aves no
avanço das nuvens de chuva recolhendo-se – assinala forte instabilidade;
20. Trovão oco
significa chuvas intensas e prolongadas;
21. Minhocas
entrando casa adentro no inverno marca de muita umidade e no verão seca;
22. Chuva em um
dia, noutro dia geada, daí na certa nova chuva;
23. Urubu
antecipando-se ao avanço das nuvens carregadas prenúncio de tempestades e
ventanias;
24. Rabo de galo
ou cavalo na aparência de nuvem no céu indica chuva nos próximos dias;
25. Chuvas
caindo em respingos/bolhas significa continuação das intensas precipitações;
26. Épocas em
que as formigas fazem ninhos em lugares mais elevados mostram-se sinônimo de
muita umidade/chuva; ninhos aéreos, como formigas de chão em cipós em tronco, revela
excessos na umidade/chuva;
27. Os bugios em
alardes adoidados significa chuva em três dias, caso contrário, na ausência,
excepcional seca;
28. O sabiá
cantou, a Lua Nova em agosto passou, chuva adveio, início das plantações nas
colônias;
As dificuldades em chover têm até enganado a
sensibilidade do bicharedo, porém as possibilidades de acerto revelam-se muito
grandes. Os presságios aplicam-se aos microclimas, no qual estes encontram-se
inseridos no hábitat. O conhecimento, através do desenrolar da história, tem
sido muitíssimo prático e útil para definir ocupações e plantações.
Guido Lang
Edição virtual
Livro “Histórias
das Colônias”
Crédito da imagem: http://www.downloadswallpapers.com/download-pordosol-das-nuvens-12709.htm