Um certo jovem, em
função das dificuldades financeiras, foi trabalhar cedo na vizinhança. Esta,
com propriedades organizadas a semelhança de microempresas, necessitara de
gente corajosa, disposta e esforçada. Ele, como pacato moço dos interiores, foi
aceitando conselhos e ensinamentos, nas diversas famílias e patrões. O trabalho
braçal e penoso, em meio do sol escaldante, serviu-lhe de escola para assimilar
inúmeros conhecimentos, experiências e habilidades.
Aprendeu, como os jovens tem
facilidades de assimilação, uma gama de práticas e técnicas. Sabia, a título de
exemplo, afiar ferramentas, cultivar lavouras, fazer roçados, manejar bois,
serrar lenhas, zelar pelas criações... Nada de impróprio para um moço saudável
e vigoroso! Labutou, neste ritmo, uns bons meses e anos, com vista de assimilar
noções básicas da produção (primária) e ganhar seu dinheiro (às
confraternizações de finais de semana com os amigos e auxiliar os pais nas despesas
de manutenção familiar).
A fama, de ativo e bom trabalhador,
cedo espalhou-se no meio comunitário. Pedidos, como diarista (assalariado) ou
meeiro, não faltaram entre as inúmeras famílias de moradores. Achegaram, na
conversa do vai e vem (com os amigos), propostas de labutar em empresas. Ele
despertou o desejo de migrar. Queria conhecer ambientes diversos, conviver com
tipos variados de gente/pessoas, poupar-se do sol inclemente (quente do verão),
safar-se de tarefas impróprias (judiadas) da lavoura... Almejava ocupar-se
nalguma atividade industrial e urbana. Um emprego com maiores oportunidades e possibilidades
de ascensão financeira e social (assim como chances de galgar postos de chefia).
Teria direito aos benefícios da legislação trabalhista (nem sempre bem
cumpridas a contento no interior das propriedades minifundiárias de
subsistência).
O jovem comentou, a aspiração e
propostas, com um compadre; tinha feito inúmeras jornadas penosas com o devido.
Este, ancião experiente e sábio –
curtido pelas vivências, disse-lhe: “- Vai! Aproveita alguma das chances! Sairás
bem em quaisquer tarefa! Conheces bem o trabalho duro e não reclamas!” “- Como
assim?” perguntou o jovem! “- Sabes trabalhar! Quem labuta, dá-se bem em
qualquer ambiente e contexto. O laborioso costuma ser bem vindo em quaisquer
lugar e país” completou o senhor. O tempo, em poucos anos, comprovou a
profecia. O cidadão tornou-se um próspero (empreendedor) e modelo de ascensão
social. Uma referência, no seio comunitário, para aumento do fluxo migratório
dos jovens rurais na direção das cidades.
O
cidadão, dedicado, habilitado e trabalhador, mostra-se sempre bem vindo!
Aprender o modesto com vistas de vislumbrar o complexo (ostenta-se sabedoria de
ousados). Ouvir, olhar, fazer e refazer mostra-se ensaio para excepcionais
aprendizagens. Pedir ideias e opiniões,
dos mais experientes e vividos, demostra esperteza e inteligência. Os pais
criam os filhos para o mundo e eles precisam seguir sua sina!
Guido Lang
Livro ”Histórias das
Colônias”
(Literatura Colonial
Teuto-brasileira)
Crédito da imagem: http://escolasalome.blogspot.com.br/2010_11_01_archive.html