Guido Lang
Um
criador tinha paixão pelo canto dos passarinhos, que, na sua virtude,
depararam-se com um pretexto para prisão. Este, no cotidiano da moradia, ostentava
um viveiro de aves, quando gaiolas viam-se penduradas nos cantos e recantos do
espaço. Os canarinhos, coiviras, sabiás, papagaios, periquitos, pintassilgos
mantinham suas histórias, que relacionavam-se a aquisição, caça, procriação,
trato.. O criador gastava dinheiro e tempo no criatório, porém o prazer de
ouvir o canto aliviava-lhe o peso dos encargos.
Um belo
dia, nalgum descuido, deixou as gaiolas abertas, quando os pássaros safaram-se
da prisão. Estes, voaram na direção de brejos e matos, quando muitos viram-se
apanhados por predadores. Ele, com o sucedido, “ficou adoidado”, quando apanhou
um e outro bichinho ingênuo e indefeso. Precisou de meses para refazer o
criatório, que nunca mais parecia o mesmo, porém redobrara cuidados.
Um indivíduo,
emprestador ou gastador do dinheiro, assemelha-se ao criador, que corre atrás
dos passarinhos soltos. Estes, nunca mais em sua totalidade, retornam a origem.
Precisa de meses ou anos para refazer o seu patrimônio, no que vive a lamentar
e relembrar o equívoco.
Gaste o dinheiro com moderação e
reflexão com vistas de não precisar correr atrás da tua soma monetária. Melhor um
passarinho na mão do que um punhado sobrevoando o viveiro. Quem descuida na
fartura, lamenta na escassez.
Crédito da imagem: http://g1.globo.com