Uma certa família, de
gerações na agricultura familiar de subsistência, possuía uma
área. Ela (a terra), durante décadas, vira-se ocupada com culturas anuais e
pastoreios. O inconveniente relacionara-se a declividade, que sempre
dificultara o trabalho braçal. Algumas pedras e tocos somaram-se ao
cenário de empecilhos.
Os familiares,
com a produção de hortaliças, não precisavam mais da lavoura.
Surgira a questão: Quê fazer com a área? Deixar o mato nativo
tomar conta? Nunca mais poder derrubar a vegetação? Reflorestar
com eucalipto? Discutiu-se a questão no seio familiar e partiu-se ao
plantio com o eucalipto. Plantou-se centenas de mudas. As plantas, em
função da excepcional fertilidade e um cuidado acirrado das
formigas, cresceram numa exuberância ímpar.
A exploração,
em anos de desenvolvimento, tornou-se possível. Deixou-se as
plantas crescerem e virarem toras. Uma espécie de poupança familiar
aos eventuais infortúnios da velhice. Agora a antiga roça, na realidade, não
se revelava abandonada, mas sim ocupada com alguma cultura.
Esta tem sido a situação de inúmeras baixadas e encostas, que viram-se cultivadas com a silvicultura. Diversas famílias, das suas antigas lavouras, fizeram “um cenário de tapete verde”. Ocupar, com acácia negra e eucalipto, o lugar das outrora áreas aráveis, enquanto não convém explorar com culturas anuais (em função de outros interesses econômicos), transformou-se em uma circunstância comum.
Esta tem sido a situação de inúmeras baixadas e encostas, que viram-se cultivadas com a silvicultura. Diversas famílias, das suas antigas lavouras, fizeram “um cenário de tapete verde”. Ocupar, com acácia negra e eucalipto, o lugar das outrora áreas aráveis, enquanto não convém explorar com culturas anuais (em função de outros interesses econômicos), transformou-se em uma circunstância comum.
O indivíduo, a
título de turismo rural, passeia nas muitas localidades. Vê o
eucalipto tomar conta como, num aparente "deserto verde", das
encostas dos morros. As áreas, da antiga colonização, precisaram
duma destinação agrícola diante do abandono, de milhares de
famílias, dessa atividade produtiva. A solução foi “cultivar
mato e mais mato” com razão da floresta original/natural não
reconquistar seu espaço. Compra-se, do Brasil Central, os grãos
necessários as inúmeras criações, enquanto a produção local
não dá conta de abastecer as necessidades regionais. A promessa é a de que as regiões reflorestadas são/serão especiais produtoras de
carvão e madeira.
Cada época e
geração com os seus desafios e prioridades econômicas. O
reflorestamento mostra-se uma possibilidade de dividendos, todavia exige uma infindável paciência. Uma adequada destinação agrícola não
pode faltar as áreas, que, com sangue e suor do trabalho animal e
braçal, foram conquistadas a partir da devastação da floresta nativa.
Guido Lang
Livro "Histórias das Colônias"
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)
Crédito da imagem: http://www.clicrbs.com.br/jsc/sc/impressa/4,1124,3184916,16356