O morador, para
ampliar uma reforma, compra alguns metros de areia. O produto, descarregado
numa calçada da rua, precisa ser removido com urgência.
Este, na prática,
necessita ser levado terreno adentro! O proprietário, com assumidas obrigações,
carece de tempo. A espera, até o desfecho da semana, parece deveras demorada.
Um cidadão, noutra
rua, pede um “bico” (trabalho provisório). Ele precisa ganhar algum trocado
para sustentar a família. Este chega a apelar à alheia consideração e
gentileza!
O trabalhador, em
meio ao acerto, estabelece o horário da jornada. Ele, com mãos unidas em oração,
jura confiança e crédito para antecipar alguma soma.
O contratado, com mil
justificativas, explica o adiantamento. As crianças carecem do leite. A mesa mostra-se
parca. Os produtos básicos encontrar-se-iam em falta...
O cidadão, a contragosto,
cede diante dos apelos. O camarada merece um singelo crédito. A vida
encontra-se nada fácil! Os menores não têm culpa dos paternos infortúnios!
O curioso ocorre com
o estranho comportamento. O camarada, na primeira oportunidade, sumiu
simplesmente. As palavras de apelo mantiveram-se uma ladainha!
O malandro, para
surpresa, apareceu em dias posteriores. A areia para sua surpresa tinha sido carregada
moradia adentro (pelo próprio comprador da carga)! Outros valores dados como
doação ou promessas!
As pessoas, por dinheiro, improvisam ladainhas e tragédias.
O crédito, na antecipada remuneração do trabalho, revela-se costumeiramente
alguma falácia e lorota. O cidadão honesto carece de jurar e prometer o irrealizável!
Guido Lang
“Singelos Fragmentos
das Histórias do Cotidiano das Vivências”
Crédito da imagem: http://www.mundogump.com.br