Um senhor, com uma
mão na frente e outra atrás, trabalhou pesado para avolumar patrimônio. Este queria
fazer alguma reserva familiar aos eventuais infortúnios e velhice!
O cidadão, numa
ocasião, comprou uma descampada área/potreiro. Um aparente banhado, nas
enchentes ocasionais, via-se localizado a beira do arroio. A solução consistiu
em aterrar, cercar, construir... A mudança drástica, no ambiente, viu-se
alterada e modificada!
O fulano, nos anos
subsequentes, acabou gastando uma fortuna em cimento, mão de obra, ferro e
pedras. As melhorias, de forma pacienciosa, faziam-se constantes dentro das
possibilidades. Ele, com a chegada da cidade, constituiu um patrimônio ímpar.
O capital inicial,
com a especulação imobiliária, multiplicou-se em unidades de milhar para
dezenas de milhares. O espaço, em poucos anos, viu-se cercado com arranha céus,
casas, consultórios, fábricas, lojas... As propostas de venda eram frequentes
de parte do terreno!
Este, na velhice,
admirou-se: como pude fazer tamanha façanha! Os limitados recursos financeiros
permitiram tão grande obra! O poder, em realizar algum modesto investimento e
tarefa cotidiana, tinha resultado num majestoso e valioso empreendimento.
O indivíduo, amontoando e empilhando algumas pedras e
terra a cada dia, edifica pirâmides. O humano, como constrói do nada, pode também
destruir em segundos obras duma existência inteira. O trabalho não mata ninguém
e revela-se um ótimo passatempo!
Guido Lang
“Singelas Fragmentos
das Histórias do Cotidiano da Existência”
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