A galinha, na aflição
da bulimia, achegou-se na criação e pátio. A surpresa, na ninhada da dúzia de
pintos, acorreu na admiração e prodígio. A choca, na caipira, nutria intuição
arredia e meditada. O receio, na adversidade, caía na autopreservação. A supervivência,
em brejos, gramados e lavouras, exigia astúcia e prudência. Os inimigos, na
tocaia das eraras, lagartos e raposas, ajustavam no sítio. A fome, no chegado,
conduziu na paulatina e vagarosa aproximação. Os cochos, no apinhado do farelo,
milho (moído) e ração, afluíam no convite. O criador, na manha da domesticação,
advinha no chamarisco. A saída, no simples e utilitário, tornou-se forçosa. O
contratempo, no convívio dos humanos, acudia no temor de “empacar na panela”. O
conto, em briosos galos, ouviu-se em histórias e mentiras. O caso assinala: “Sê
fica, o bicho pega; sê foge, o bicho come”. A aflição, na indigência, induz na avaliação
do princípio. As pessoas, na extensão da
grana e miséria, achegam-se aos aforados e eldorados.
Guido Lang
“Fragmentos
de Sabedoria”
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