A mulher, toda
arrumada e pintada, sai para o intervalo do meio dia. O local dos encontros e
reencontros ocorre na praça central da cidade. Esta, pela aparência e formosura,
assemelha-se alguma boneca ambulante!
A cidadã, com roupas justas
e transparentes, coloca a vista a silhueta corporal. As joias, maquiagem e
sorriso complementam o visual cinematográfico. “Uma mulher para nenhum homem
colocar defeito!”
Os frequentadores, sobretudo
masculinos, dimensionam de supetão os olhares. Uns, de imediato, despertam nos
brios mais íntimos dos desejos. Algumas enciumadas, na concorrência, tratam de explanar:
“- Olha lá a sicrana! Quê oferecida?”
Esta, para os amigos
e colegas, fala dos reparos: “- Só para babar! Isso aqui já tem dono! A minha
religião não permite certa liberdades e intimidades! O marido não gosta de me
ver andar assim!”.
A necessidade de
mostrar e ostentar os dotes revela-se deveras acentuado. Umas levam cantadas e
depois improvisam queixas de abusos e inconveniências!
Os humanos tem extrema necessidade de angariar o
reconhecimento social. As cantadas e floreios fazem parte das relações humanas.
A ostentação mostra-se sinônimo de felicidade e realização para uns!
Guido Lang
“Singelas Fábulas e
Histórias do Cotidiano das Vivências”
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