A descendência, por
gerações, habitou o determinado lugar. O solar familiar, na encosta do morro,
salientava-se no conjunto residencial. A fertilidade da terra, no microclima
próprio, permitia a farta produção. O espaço caía na apreciação e satisfação
particular.
A abundância, na questão água,
incidia na riqueza natural. Os olhos d’água, no milagre da mãe natureza, brotavam
das entranhas. A fauna e flora, na iluminação e umidade, difundiam-se na
atmosfera. O taquaral, no conjunto das pedras, assinalava a abastança e vida.
Os herdeiros, no sensato momento, resolveram
desfazer-se da riqueza. As decidas e subidas, no íngreme chão, advieram no empecilho.
O morro, nas idas e vindas, sobrevinha no desafio do inverno. Os consertos, na estrada,
advinham na baixa consideração do ente público.
Os estranhos, no dinheiro, fecharam
a compra. Os anos transcorreram e novos donos adquiriram instalações e terras
(imóvel). A descendência, no filho e neto, quisera na certa altura recomprar o
imóvel. A indisponibilidade demostrou-se a dura realidade.
A pergunta, aos genitores, foi: como
pôde desfazer-se de tão valoroso patrimônio familiar? O arrependimento
revelou-se acentuado. Certos negócios, na compra ou venda, exigem apuradas
análises. As pessoas adoram adonar-se e afeiçoar-se aos ambientes.
O
difícil, no despojado, consiste em refazer o desfeito. Alguns domínios, no conjunto
de gerações, verificam-se alheios aos valores monetários.
Guido Lang
“Singelas Crônicas
das Colônias”
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