Um certo morador, depois de uma
década de suado trabalho, pode finalmente construir a sua casa. Procurou, nesses anos todos, fazer reservas monetárias, que lhe pudesse permitir comprar os materiais à vista. Um bom desconto, nestas horas de aperto financeiro, representa um especial alívio, no que pode fazer mais com menos.
Achegou-se a época de iniciar os trabalhos,
quando já tinha ganho uma área dos pais. Desconhecia maiores habilidades de
construção assim como nem tinha mão de obra para isso. A solução foi
informar-se da eficiência alheia, no que, no engenheiro, comprou a planta e, no
pedreiro, a execução. Ele nas férias e finais de semana, foi o próprio ajudante,
porque, como adepto dum princípio achava-se ‘‘que a mão de obra do dono abençoa
o trabalho, como o esterco angaria as bênçãos divinas’’.
As semanas transcorreram e o vulto tomava
forma. A companheira, como auxiliar, ocupava-se com o fogão e tarefas leves. O
essencial, no sonho familiar, consistiu do casal falar-se às alegrias e
dificuldades, assim como conhecer o valor do empreendimento. Quem o edifica com
as próprias mãos curte mais os prazeres assim, na manutenção, não deixa o
desleixo tomar conta (no futuro).
O
exemplo aplica-se a qualquer contexto duma obra excepcional. Valer-se do especialista,
de confiança, na proporção de inexistir habilidades para determinadas tarefas.
Converse e pesquise profissionais; ouça ideias antecipadas e daí, decidido,
parte para a execução. O desconhecimento não é motivo de vergonha porém ignorância
consiste em deixar de se informar e tratar. A casa, na vida de inúmeras
pessoas, consiste na obra ímpar da existência, quando o cidadão não pode dar-se ao luxo de equivocar-se e desperdiçar. Qualquer edificação encontra impregnada,
no interior da aparência e peças, as concepções dos seus construtores.
O
esperto cerca-se do entendido, enquanto o preguiçoso faz de quaisquer maneiras!
Os atropelos e encargos, no contexto de uma construção, conhece-se somente na
proporção de ter construído nalgum momento. O vergonhoso não está no
desconhecer porém no fato de não querer saber!
Guido Lang
Livro ‘’História das Colônias’’
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)
Crédito da imagem: http://novafriburgo.olx.com.br/escritorio-de-advocacia-em-nova-friburgo-e-no-rio-de-janeiro-iid-81068974