O objetivo desta
série de artigos, versando sobre o cotidiano colonial, tem um propósito ímpar.
Visam criar uma literatura colonial teuto-brasileira, no qual têm-se carência
de registros. Pode-se, ao longo da colonização, pesquisar inúmeros dados da
imigração de famílias, de locais, das genealogias, dos conflitos... O contexto,
no entanto, pressente-se de uma ausência: o dia a dia do colono no interior da
propriedade. Qual a cultura empírica acumulada ao longo das décadas e gerações
de ocupação do espaço? Criou-se todo um conhecimento, que na prática não ganhou
maiores apontamentos.
Procura-se, como filho de colono,
chacareiro e experiência urbana, iniciar estes escritos, que possam criar uma
literatura para estudos acadêmicos e deixar “pegadas” da mentalidade de vida. A
prática colonial, na real, consiste numa cultura marginal, que, em inúmeras
ocasiões, viu-se denegrida e “causa de chacota generalizada”. Mostra-se
riquíssima em função da mescla de valores germânicos com os latinos, quando
precisou-se encontrar meios próprios a adaptação ao meio da América Meridional.
O elemento teuto, como forasteiro jogado entre a floresta, necessitou criar uma
civilização própria, quando viu-se semi-abandonado nas encostas e vales das
terras sulinas (cobertas de uma vigorosa vegetação). A convivência, em pacatas
localidades/picadas, num ambiente de intensa solidariedade, foram criando um
conhecimento empírico que encontra-se desprezado ou ignorado pelos
“doutores/especialistas das universidades”. Cabe-nos como obrigação com os
ancestrais, eternizar os acontecimentos e conhecimentos nos apontamentos
literários. Inúmeros, ao longo do tempo, passaram despercebidos/ignorados como se
nunca tivessem existido em função da carência de registros. Precisamos fazê-lo
como filhos da terra, quando, em função da rede mundial de computadores, a divulgação
tornou-se fácil e rápida. Agrademos aos apreciadores dos singelos apontamentos,
que são o início de “vôos maiores” rumo a eternização de um meio de vida.
Necessita-se
fazer registros para que esta civilização não passe em vão na História. A contribuição
maior vem no sentido de fornecer alimentos para abastecer as mesas urbanas. A
agricultura familiar de subsistência é a base de criação e plantação/manejo da
terra!
Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-Brasileiro)