Os tradicionais coqueiros/jerivás (Syagrus
romanzoffiana) foram os poucos vegetais poupados no interior das roças no
contexto da saga colonizadora. Outras espécies para dar espaço a agricultura de
cereais e tubérculos conheceram a devastação com vistas de possibilitar a
chegada dos raios solares. O tapete, da Floresta Tropical Subtropical (Mata
Atlântica), sofreu alternância para um colorido na cor dos cereais e gramíneas.
A planta, pelo significado da perenidade das palmas, ganhava utilização
colonial, quando embelezava eventos matrimoniais. Lia-se nas entrelinhas
identidade perenidade na união familiar como a eficiente preservação das folhas
da palmeira. As palmas no rigor do extremo do inverno ofereciam um complemento
de matéria verde junto aos fenos e palhas queimadas do inverno. Os coqueiros
como sementes, ostentavam-se um excepcional alimento a diversas espécies da
fauna...
Umas famílias germânicas como estirpes
recém introduzidas na América Meridional inspiravam-se na planta como modelo de
vida. O coquerinho crescia como vegetal miúdo no contexto dos gigantes da
selva, porém desenvolvia-se paulatinamente na direção do maioral. Erguia-se
sufocado e reprimido, todavia protegido do rigor do Sol e do frio.
Transcorreram décadas, num desenvolvimento contínuo, para tornar-se uma
saliência no ambiente da floresta. Famílias européias, “com uma mão na frente e
outra atrás”, começaram tímidas, mas ousadas e trabalhadoras no contexto das
matas virgens; transcorreram-se décadas e gerações para ostentarem-se
magníficas estirpes, “como coqueirais” no contexto das organizações humanas.
Os colonos nos dias ventosos conheceram
outra nobre função das palmas: direção dos ventos e consequentes condições de
tempo. Estes no ínterim das jornadas apreciavam o balançar das palmas, que
debatiam-se com o deslocamento das correntes de ar. Cada direção, para as
atividades primárias, revela o comportamento meteorológico das próximas horas,
dias ou semanas. O vento sul/minuano prenúncio de chuva e friagem; vento oeste,
do centro do continente, assinalava provável calor e seca; vento leste marcava
intensas chuvas, temporais e calor abafante; vento norte, como expresso o dito
popular “chuva na porta depois de três dias”. Cada direção salva a alternância
de cada estação.
Poucos, com o advento da aparelhagem
tecnológica, valem-se da bússola natural, no qual o eucalipto segue a sua
imitação e a história uma pérola das vivências coloniais.
Guido Lang
Livro “Histórias das Colônias”
Crédito da imagem: http://www.panoramio.com/photo/20107843
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