Um rato que morava na
cidade, foi passear no campo. O rural recebeu-o gentilmente e deu-lhe um
banquete de ervas e raízes. Não gostando de tal estilo de vida, o urbano disse:
- Amigo, tenho dó de
você; como pode ficar resignado com semelhantes coisas? Venha comigo para a
cidade e veja o que é fartura, o que é viver!
O outro aceitou. À noitinha estavam ambos em
uma bela e rica residência, em uma bem provida despensa: queijos, lombos, o
perfumado toucinho, tudo os incitava; desforrando-se de sua longa dieta, o rato
do campo regalava-se. Subitamente range a porta, entra o dono e: com ele, dois
gatos.
O rato da casa achou
logo o seu buraco; o hóspede, sobressaltado, pulando de prateleira em
prateleira, mal escapou com a vida, e despedindo-se do amigo, disse:
- Adeus, camarada,
fique com as suas farturas; mais vale magro e faminto no mato, do que gordo na
boca do gato.
Moral da história:
Sem sossego de espírito de que valem os outros bens?
Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)
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