O pacato morador procurou
viver o prazer e satisfação de cada dia. O acúmulo, de reservas, deixou de ser
prioridade. O dinheiro entrava e saia na exata e imediata dimensão!
Os ganhos, no geral, foram
gastos nas bebedeiras e festanças. Aquele velho princípio: “Dinheiro foi feito
para ser gasto” ou “Ele precisa circular para criar riquezas”!
A pobreza familiar implantou-se
como triste sina. A moradia edificou-se na periferia urbana. Outro casebre, no
conjunto das centenas, somou-se na área verde do riacho!
O infortúnio, na
calada da velhice, abateu-se na dureza da existência. Remédios e tratamentos viram-se
rotina. O câncer, como causa da morte, levou ao desejado alívio!
A cerimônia, no velório,
encerrou uma jornada de penosas e ricas vivências. Uma dezena de amigos, a
familiares e parentes, presenciou as cenas de despedida!
O caixão, no final
ato, tomaria a terra. O espanto e surpresa instalaram-se na imprópria atitude. Os
pedreiros, na ausência de dinheiro, negaram a tarefa do sepultamento!
Os profissionais, na
improvisada paralisação, exigiram a renumeração. O corpo, no momento, ficaria
sem a valiosa terra. Presentes abstiveram-se “de pegar mão na massa”!
Esposa e filhos,
desprevenidos de recursos, apelaram à caridade dos presentes. “A vaquinha”, como
“improvisado quebra galho”, avolumou os modestos valores!
O corpo, no cemitério
municipal, conheceu o descanso derradeiro. As dificuldades financeiras carecem
de poupar até finados. As conversas, sem dinheiro, ostentam-se fiadas!
As pessoas, no trato do dinheiro, ignoram sabedorias e
virtudes. O cidadão, em circunstâncias, depara-se com especiais surpresas!
Guido Lang
“Crônicas
das Vivências”
Crédito da imagem: http://www.mundofunerario.com.br/