Um prefeito, com a
emancipação política administrativa do município, “tirou um colono das colônias”.
Este, como
correligionário da emancipação, foi destacado como funcionário público. Alguma
função, como cargo de confiança, sobrou como recompensa pelo empenho na
campanha pela autonomia.
O cidadão, num cargo
estratégico da municipalidade, conheceu um punhado de moradores. Este, com
aparentes favores (“com o chapéu alheio” do serviço público), pode auxiliar inúmeros
eleitores. O funcionário fez amizades e favores (aqui e ali município afora). Ele,
no tempo, pode “tornar-se o cara!”
O partido, numa
altura, convocou o fulano a concorrer por determinada coligação. Este, para
continuar no posto, atendeu o pedido. O candidato angariou votação na
totalidade das mesas eleitorais. Este acabou eleito e reeleito como vereador.
Os projetos da câmara
iam no ínterim do tempo das administrações. O benfeitor, numa gestão das
sucessões, viu-se igualmente reeleito. Os interesses político-administrativos,
no segundo mandato, tornaram-os ferrenhos adversários.
O antigo
parceiro/prefeito, nas comunicações da rádio da municipalidade, levou a dizer
em viva voz. “O beltrano teria sido melhor em ter ficado na sua respectiva
localidade. Este deveria ter continuado em plantar suas tradicionais batatas.
Nada deste ter sido trazido junto aos gestores públicos”. O camarada deixou a
conversa nisso e nada de criar maiores delongas e polêmicas.
Os interesses, em função de cargos e ganhos, mudam muito
rápido na política-partidária. Os astutos e espertos carecem de criar
inimizades por alheias divergências. Os candidatos hoje adversários, amanhã
parceiros nas coligações. Certos favores e mimos criam onerosos e perenes débitos.
Guido Lang
“Singelas Histórias
do Cotidiano das Colônias”
Crédito da imagem: http://www.trekearth.com