O mendicante, em moço
aleijado, encontrava-se na sinaleira. O pé torto, em muletas, expunha problemas
de locomoção. O rapaz, em aparências de saudável, poderia “ganhar pão” (em “suor
do próprio rosto”). A petição, em agitada sinaleira, caía no “conjunto das moedinhas”.
O calor infernal, em meio à insolação, chateava os viventes. O certo motorista,
em pedido, adveio no sinal fechado (vermelho). A negação, em baque, dirigiu nos
insultos e xingações. O pedinte, em alta fala, mandou “tomar naquele impróprio
lugar”. A conduta, em “falha de criação”, conduziu na rejeição (de esmolas em distintos).
O episódio, em
desemprego de milhões, esboça luta pela subsistência. As pessoas, em desespero,
caminham “em nervos na flor da pele”. O auxílio, em centenas de jovens mendigos,
advém na completa impossibilidade pessoal. O aglomerado urbano, em “assentado
em casa e terreno seco”, conduz na subversão das confianças e valores. Os humanos, em dinheiro, assentam as ações
e expectativas.
Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Urbano”
“Histórias do Cotidiano Urbano”
Crédito da imagem: http://regionalevangelico.com.br/