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terça-feira, 26 de novembro de 2013

A excepcional mesada


O forasteiro, no ímpar momento, hospedou-se na residência de velhos amigos. A moradia revelou-se momentâneo hotel! O abrigo, na emergência, viu-se num quebra-galho!
Os gastos, como alimentação, água, luz e taxações, correram na conta da família. A boa vontade, para quebrar a esporádica necessidade, revelou-se amigável!
O camarada, na hora da partida, pediu pelos valores dos dispêndios. A hospedagem recusou quaisquer coberturas. O visitante deixou de safar-se duma melindrosa situação!
Uma doação, a título de mimo aos filhos, cobriu os consumos. O objetivo consistiu em reforçar o bom e velho hábito! Os rebentos, como mesada, ficaram alegres e contentes!
Os estranhos desobrigam-se a custear alheias necessidades. O correto e sábio carece de extrair proveito das gentilezas. Ele, numa próxima necessidade, deixa a oportunidade!
A pessoa precisa honrar a correção e justiça. Os alheios carecem igualmente de ganhar as coisas de graça! Quem, em tenra idade, dispensou auxílio de estranhos?
Certos hábitos e práticas carecem de serem cafonas e ultrapassados. As referências, como bons caminhos, abrem horizontes e portas a conhecimentos e negócios!


                                                                                Guido Lang
“Contos do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.xalingo.com.br/

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O escambo eleitoral


O religioso, “curtida e rodada raposa”, ousou na prática eleitoral e pastoral. A cidade, em expansão e recém emancipada, ganhou a instalação de modesta comunidade!
A congregação, naquelas paragens, via-se completamente inexistente. Algumas dezenas de famílias, como migrantes, afluíram e continuaram na denominação!
O propósito e sonho, de imediato, consistia na constituição e edificação de templo. Os recursos, em auxílios, coletas, doações e promoções, viram-se deveras limitados!
O pastor, na política, aproveitou o momento oportuno. Este, a situação, negociou as dezenas de votos. Os direitos, de inúmeros membros, valeram materiais de construção!
O edil, na campanha da reeleição, arrasou a oposição. A máquina pública fez a especial diferença. Quem, na prática da compra e doação, custeou os reais valores dos materiais?
A oposição, diante do velado negócio, carecia de avolumar provas. As negociatas, diante da obstrução de vestígios, direcionaram resultados!
As reeleições incentivam as compras do eleitorado! O segundo mandato, na maioria das gestões, abriga desempenhos medíocres!

                                                                                Guido Lang
                                                       “Contos do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.terra.com.br

O alvoroço


As incursionadas da viatura policial, pelos interiores das localidades coloniais, causaram  revertérios comunitários. A presença inspirou cuidados e temores aos infratores!
As carências permitiram abusos e transgressões de trânsito. Os “conhecidos facões”, improvisados motoristas, circulavam impunes nos becos e estradas de chão batido!
Os exemplos, entre outros, relacionaram-se a dirigir na ausência da carteira de habilitação, esquecimento proposital do uso do capacete, improvisados rachas da gurizada...
A ação da fiscalização, de punir algum “pingado gato”, colocou outros no alvoroço. A notícia, das patrulhas nas encruzilhadas das rodovias, espalhou-se como rastrilho de pólvora!
Algum condutor, com razão de evitar as ciladas, relatou  o ocorrido. A apreensão e multa, em função do “prejuízo no bolso”, serviu de alerta ao conjunto de transgressores!
Os desavisados motoristas, como gaiatos, entraram no prejuízo e punição. O temor levou a resguardar-se nas residências. Os veículos ganharam provisórias férias!
Problemas com a lei ostentam-se fobia aos pacatos moradores. O discurso revela-se da segurança no trânsito, porém a ação esconde a ganância do fisco!

                                                                                        Guido Lang
“Contos do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.camaraguaranesia.mg.gov.br/

domingo, 24 de novembro de 2013

O segredo da cachaça


O produto, para excepcional qualidade, ostenta mistério na fabricação. A cachaça, na industrialização caseira no alambique, liga-se ao item teor alcoólico!
Os consumidores, com razão de ficar alheios a embriaguez, recorrem a artimanha. Ela sucede-se com relação as encurvadas e grossas varas da cana-de-açúcar!
As partes, no processo do corte na plantação, necessitam da criteriosa e rigorosa seleção. Os cortadores, dentro das habilidades e possibilidades, improvisam a classificação!
As retas, como matéria-prima básica na extração do caldo, destinam-se ao fabrico do melado. O eventual álcool, no fermentado caldo, carece de efetuar a tradicional embriaguez!
As tortas, incluídas no preparo da pinga, ostentam-se as responsáveis por “deixar borracho”.  Elas, no elevado grau de pureza no cozimento, ganham a real destilação!
O elevado teor alcoólico, nelas contidas, ostenta a real possibilidade cambaleante! O segredo consiste em fabricar cachaça na ausência de maiores lavouras e plantações!
As conversas, reclamos e xingamentos, no estado da embriaguez, visam ofender a inocente sombra. A própria, como fantasma, persegue como inconveniente companhia!
Alguma lorota, bem contada ao néscio, assume ares de especial  verdade. As muitas e variadas desgraças, resultantes das bebedeiras, carecem de ser exemplos aos exagerados apreciadores!

                                                                                       Guido Lang
                                                           “Contos do Cotidiano das Vivências”

          Obs. História contada por Soni Gräbin/Languiru/Teutônia/RS.

Crédito da imagem: http://www.localnomad.com

A aplicada matemática


O aluno, com imensas dificuldades na ciência dos cálculos, vivia a copiar exercícios, provas e temas. O educador, conhecendo a manha, desconfiou daquela ímpar nota de cem!
A oportunidade vislumbrou-se de demonstrar o real conhecimento. A atividade, num chamado ao quadro verde, consistiu em explicar e refazer os problemas da aplicada prova!
O professor, dentro da tradicional didática de explicar e fazer, inovou na astúcia e esperteza. O camarada, na primeira oportunidade, destacou o beltrano (do premiado cem)!
A tarefa, diante da turma, foi destrinchar e refazer alguma questão (de livre escolha diante dos colegas na tela). O completo desastre revelou-se na atividade!
O educador, de viva prática, confirmou a desconfiança. A verificação havia sido outra cola (transcrição) de colegas. A dificuldade residia na habilidade da multiplicação!
A mentira e plágio ostentam  curta duração. A trapaça, aos curtidos e rodados mestres, revela-se uma dificuldade! Uns enganam a muitos, porém nem a todos!
O educador, no amadorismo do alunado, destaca-se na esperteza e sabedoria. As experiências e práticas, com amargos resultados, ensinam belas e majestosas lições de vida.

Guido Lang
“Contos do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://blogandocommatematica.blogspot.com.br

sábado, 23 de novembro de 2013

Os parabéns


A norma, na tradição escolar, consistia em cantar os parabéns aos aniversariantes do dia. Em meio aos muitos alunos, de várias turmas, havia sempre alguém a comemorar a passagem dos anos!
A malandragem, diante do hábito e prática, passou a vigorar. Alguns estudantes, em determinadas salas, combinavam e diziam algum estabelecido aniversariante!
A realidade sucedia-se numas disciplinas. Algum fofoqueiro, antes do previsto, relatou o trote ao professor. O objetivo, no final, consistia em agitar e tumultuar o período!
A matação de tempo, a administração de conteúdos, via-se noutra estratégia. O profissional, curtido e tarimbado na malandragem estudantil, conscientizou-se do mico!
A solução, diante do protesto dos reais aniversariantes, consistiu em “cortar o barato”. A recomendação: “- Cantam na aula da beltrana e sicrana”. Os bons pagam pelos ruins!
Os abusos e exageros obrigam a estabelecer normas e regras. As pessoas, do passado estudantil, narram e relatam ousadas afrontas e malandragens!

                                                                       Guido Lang
“Contos do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://fotosface.com.br

A ideia do quinhão


O apetitoso buffet estendia-se pelo centro comunitário. O jantar baile prometia bebedeira, comilança, dança e música! Uma maneira de devassar os estresses e neuroses!
O cardápio, regado a carnes e saladas, mantinha-se convidativo e saboroso. As saladas, na base da alface, maionese, repolho e tomate, levaram o melhor dos comentários!
Uma senhora, em  meio a fila de servir, externou o alarde: “- As alfaces e tomates encontram-se repletos de venenos! Um perigo ao consumo e saúde. Vou deixar de servir?”
A amiga, de imediato, cutucou “a escandalosa”. O alerta consistiu: “- Fulana! Fica quieto! Meu marido vende os agrotóxicos”. A fulana avermelhou e silenciou diante do aviso!
O temor havia na rejeição dos artigos. A consequente diminuição das vendas significaria “prejuízo no bolso”! A sobrevivência exige a progressiva elevação dos ganhos!
A ideia disseminava consiste: “ Os próximos, diante das possibilidades de lucro, podem detonar ou implodir! Pouco me importa! O importante consiste em eu ganhar meu quinhão”!
O bom senso, diante da ganância do comércio, contrasta com a necessidade das reais aplicações. As milhares de toneladas, antes do previsto, deságuam nos córregos e rios!
A civilização, como culto a ciência, incorre na desenfreada e propagada loucura do auto-envenenamento. O dinheiro, na cobiça e ganância, instala e vende os germes da morte!

                                                                         Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Agrotóxico