O apetitoso buffet estendia-se
pelo centro comunitário. O jantar baile prometia bebedeira, comilança, dança e
música! Uma maneira de devassar os estresses e neuroses!
O cardápio, regado a
carnes e saladas, mantinha-se convidativo e saboroso. As saladas, na base da
alface, maionese, repolho e tomate, levaram o melhor dos comentários!
Uma senhora, em meio a fila de servir, externou o alarde: “- As
alfaces e tomates encontram-se repletos de venenos! Um perigo ao consumo e
saúde. Vou deixar de servir?”
A amiga, de imediato,
cutucou “a escandalosa”. O alerta consistiu: “- Fulana! Fica quieto! Meu marido
vende os agrotóxicos”. A fulana avermelhou e silenciou diante do aviso!
O temor havia na
rejeição dos artigos. A consequente diminuição das vendas significaria
“prejuízo no bolso”! A sobrevivência exige a progressiva elevação dos ganhos!
A ideia disseminava consiste:
“ Os próximos, diante das possibilidades de lucro, podem detonar ou implodir!
Pouco me importa! O importante consiste em eu ganhar meu quinhão”!
O bom senso, diante
da ganância do comércio, contrasta com a necessidade das reais aplicações. As
milhares de toneladas, antes do previsto, deságuam nos córregos e rios!
A civilização, como culto a ciência, incorre na desenfreada
e propagada loucura do auto-envenenamento. O dinheiro, na cobiça e ganância,
instala e vende os germes da morte!
Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano
das Vivências”
Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Agrotóxico
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