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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Os últimos reais



A filha chora! Os pais compadecem-se da situação. A mãe procura averiguar as razões! O casal, no ambiente da fila do caixa do supermercado, não quer fazer feio e passar vexame!
A causa relaciona-se a carências de créditos no celular. O genitor, com os últimos reais na carteira, resiste aos apelos e pedidos. O escasso numerário deveria atender outras necessidades e prioridades familiares básicas.
A choradeira e teimosia, em meio ao observar alheio, sensibiliza os responsáveis. Eles, em função da esperta insistência, optam pela compra do cartão. O celular, no interior dos seios das famílias, transformou-se um bem de primeira!
Artigos de consumo, com razão de economia familiar, conhecem a abstinência ou redução (como forma de reduzir custos). As possibilidades de ligações, no entanto, não podem carecer aos amigos e conhecidos! 
Inúmeros usuários, de maneira geral, encontram-se viciados no manejo dos aparelhos. Estes, a todo instante, vêem-se consultados e manipulados. Alguns abusos e usos chegam às raias do ridículo!
Alguns consumidores parecem ostentar a telefonia como razão vivencial. Estes andam para cá e para lá sem nunca desgrudar (um segundo sequer) alguma mão do artefato. Outros nem podem conceber-se sem o tal do celular!
O endividamento familiar, em boa dose, explica-se pelos excessivos dispêndios em comunicações e transportes. As pessoas, para telefonia, veículos e vícios, costumam angariar e ostentar dinheiro. Os filhos menores, em inúmeras circunstâncias e situações, direcionam e mandam nos desígnios paternos!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://www.qualid.com.br 

A aparente esperteza



Fulana e sicrano, diante do filho das colônias, acharam-se deveras espertos e ousados (no setor de trabalho do serviço público). O beltrano, como aparente homem do interior, expressaria pouco conhecimento das espertezas e malícias das cidades.
O cidadão, a fulana, comunicou: “- Adveio, no intervalo da folga (de meio dia), um telefonema para ti! O outro lado da linha não quis deixar o nome e muito menos dizer o número para eventuais contatos! Este certamente ligará noutra oportunidade! O provável que tenha sido o tal do Misterioso!”
A cidadã, na discrição e em minutos, “mordeu a isca”! Ela, no seu “aparente e desmentido caso amoroso”, deu o rotineiro toque de celular. Esta, de forma insistente, vivia a negar “maiores intimidades e relacionamentos com o suspeito cacho!”
A alegada ligação, ao setor do expediente, constituía-se numa mera lorota! Um teste de esclarecimento de dúvida e medida de esperteza! O tal do retraído, numa singela artimanha, “atirou o verde para colher o maduro!”
Ele queria ter certeza duma situação (tradicionalmente negada entre brincadeiras e implicâncias). O esperto mediu a alegada astúcia e inteligência (na prática dos atos do cotidiano). A parte caiu como ingênuo e inocente patinho!
O indivíduo nunca pode subestimar a astúcia e inteligência dos humildes e pacatos cidadãos. A verdade aparece e transparece nos momentos menos imaginados e pensados! As pessoas vivem reparadas e testadas nas suas atitudes e comportamentos!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://floresdediamante.blogspot.com.br

domingo, 5 de maio de 2013

O ímpar corte do gramado


Um morador, com amplo terreno, mantinha o tradicional problema do corte de grama! Um especial e lindo gramado, ao redor da moradia, para correr e sentar com a família!
Um imenso espaço, num cerro, para judiar-se na limpeza. A cada quinzena, no sabor do calor e umidade, possuía aquela tarefa. A cobrança advinha: “- Pai! Precisa cortar a grama!” Sábados, da tradicional folga, obrigavam a empurrar máquina!
A solução, diante do dilema, consistiu em ação e inovação! Conversa aqui e acolá! Reflexão cá e lá! O jeito consistiu em fazer um cercamento. O custo, no início, foi elevado. A recompensa maior foram os resultados!
A genialidade consistiu em criar um casal de ovelhas. A grama, como massa verde, cedo faltou! Uma ração, como complemento alimentar, ajudou na alimentação. Os ovinos, no dia, eram donos do ambiente e, à noite, a cachorrada!
Uns indivíduos salientam-se pela genialidade das ações. Singelos paliativos podem revelar-se boas soluções! Os problemas podem ser fatores de geração de dividendos e implantação de genialidades!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://donna-betharte.blogspot.com.br

A necessidade de dois caixões



O professor, depois de anos, revê o ex-aluno. Um agradável e amável reencontro!
O cidadão, nos anos de escola, afrontou e aprontou! Ele, como “o terror do estabelecimento”, foi “engolido a duras penas”! O fulano, onde circulou, deixou pérolas em exemplos e vivências!
Este, revendo o antigo mestre, saiu falando alto: “- Professor!!! Como ficou velho? Moro aqui! Venho de cinco relacionamentos! Tá vendo esse pingo de gente! Dizem ser obra minha (com a neguinha). Quero fazer o exame de DNA para conferir! Vem, com a família, tomar um chimarrão!”
Os amigos, junto com o educador, reforçam: “- Esse bichinho tem história! Não tem quem não o conhece! Onde passa, continua criando seus casos e conversas!”
Alguém logo complementa: “- Não mudou nada! Ele, no dia do velório, precisa de dois caixões! Um para abrigar o corpo e o outro para enterrar a língua!”
O pessoal, nas periferias urbanas, improvisa e inova um bocado para sobreviver! O segredo, para fugir da bandidagem e criminalidade, consiste em relacionar-se bem! O esperto carece de criar casos e gerar inimigos!
Cada exemplo de vida com teor de duas! Certos camaradas não tem como esquecer ou ignorar! Uns aprendem fácil na ação e difícil na teoria!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://diadorimsabia.blogspot.com.br/ 

sábado, 4 de maio de 2013

O teor da mercadoria!



Um jovem namorador, apressado nas aventuras e ousadias, mostrou-se interessada numa determinada menina moça.
Esta, inexperiente e reservada, recusava num primeiro momento aproximações e incursões.  As recomendações familiares, em função de evitar aborrecimentos e comentários, foram em ter calma e desconfiança nos relacionamentos.
O cidadão, numa iniciativa de namoro, obteve suas graças e carinhos. Este, com apressadas segundas intensões, disse-lhe: “- Como vou comprar uma mercadoria desconhecendo o teor do produto? Preciso degustar a qualidade da fruta antes de ficar!” O autor desconhece os resultados da iniciativa!
Cada qual dedica e doa a quem lhe atrai e conquista! “Muitos pensam ser desnecessário a compra do bicho inteiro na proporção do consumo de poucos quilos!” Alguns são deveras apressados e precipitados nas ações e resoluções!
As incursões e propostas abundam na juventude e faltam na velhice! O demorado, em meio aos muitos, consiste em achar o adequado e afinado. A confiança ostenta-se primordial em quaisquer empreendimentos e relacionamentos.
                                                                              
Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:  http://criaturasbr.blogspot.com.br

A companheira solidão



Uma senhora viveu sozinha numa ampla e elegante casa. Os dias passam e nada de maiores convivências!  Alguma boa gargalhada, ímpar conversa, singelo diálogo para “romper a rotina das mesmices!”
A fulana, junto aos conhecidos e familiares, queixa-se de doer a boca. O fato adviria da falta da tradicional conversa. Os sentidos, como a audição e fala, encontrar-se-iam num processo de atrofia. Ela, como companhia, procurou valer-se da mídia (para safar-se das agruras da solidão).
A convivência, com filhos e netos, ocorria exclusivamente em eventuais finais de semana. Cada membro tem suas distrações e preocupações! A avó relegada num contexto marginal e secundário! 
A solidão, para a pessoa como ser social, mostra-se deveras cruel e fatal. Os indivíduos solitários, nas grandes aglomerações, mostram-se uma sina corriqueira! Os humanos, mesmo brigados ou intrigados, necessitam da companhia de próximos e semelhantes!
As cidades oferecem restritas possibilidades à vida comunitária! A loucura, por dinheiro, torna as pessoas distantes e interesseiras. “Cada qual para si e deus para todos tem sido o lema urbano!”

Guido Lang
“Singelas Fábulas e Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.estilo27.com

sexta-feira, 3 de maio de 2013

A inversão de resultados



Os anos, com a contínua e diária vivência, revelam-nos certas aprendizagens e realidades! Nada melhor do que a experiência e o tempo para ensinar certos conhecimentos!
Pai e filho, como passatempo e treino, improvisaram suas tradicionais peladas. Uns joguinhos, como amantes do esporte, para descontrair e exercitar-se no interior da garagem!
O genitor, por uns bons meses, fazia corpo mole para fazer frente às investidas e jogadas do adversário. Este, em inúmeras oportunidades, deixava ganhar o seu rival (com razão de evitar os desapontamentos e desestímulos). O rebento, em instantes, desconfiava e queixava-se dessas sutis vitórias!
Época adveio e a situação reverteu! O filho, com a maior facilidade e habilidade, fazia descaso frente aos esforços das jogadas. O jogador, para não perder o companheiro e parceiro, deixava ganhar umas e outras partidas!
Uma realidade comum, na sucessão das gerações, consiste na alternância de mandos e postos! O vigor de hoje transforma-se na fragilidade do amanhã! Certas facilidades e posições, muito rápido, mudam de contexto e situação!
O indivíduo, na flor da idade, acha fácil certas práticas e tarefas. A idade, com suas dificuldades e flagelos, aconchega-se antes do esperado e imaginado. Inteligente e sábio, nesta agitada e desenfreada loucura, mostra-se aquele que alcança longa e interessante vida!

Guido Lang
“Singelas Fábulas e Histórias do Cotidiano das Vivências”

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