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sábado, 20 de agosto de 2016

O recuo à matilha


O colonial, na meia dúzia de cães, andou distraído no cuidado e trato. Os petulantes, no esfomeado, circulam nas paragens e propriedades. O problema, nas escondidas, acorreu na formação de matilha. Os caninos, no retorno às origens (em resquícios de lobos), afluem nas hábeis e implacáveis caçadas. As aves, no espalhado dos domínios, acham-se nas fáceis e fartas presas. Os donos, em danos, exteriorizaram alerta e vigília (dos incursos). A intimidação, em acorrentar ou prender as feras, tratou na amigável advertência e fala. O descuido, no afinco das avarias, adviria em “represálias aos esfomeados”. Os residentes, no juízo, externam: “As criações, na falta de produção fecunda, acodem em saliente prejuízo”. Os cães e gatos, em vividas, devem advir no adstrito dígito. Os alertas, na segurança, vêm em caninos. A caça, em roedores, cai nos felinos. Os humanos, na falha da cultura (razão), imitam padrão do regresso à barbárie. O animal faminto, na feição, exibe miséria e negligência do criador.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: http://busca.uol.com.br/

A insolente lição


O criador, no ardor por aves, caía no cuidado e receio. As caturritas, no par, acudiam em abrigadas e prendidas. O gato, no apurado impulso da caça, ajustava atuação e distração. Os indefesos pássaros, na briosa carne, caíam no acréscimo do sustento. O dono, na cilada, arquitetou contenção e ensino. O choque, em condutor (elétrico), foi estendido no piso. O gato, no chão úmido, foi achegando na distendida gaiola. O condutor, no baque, foi inserido na tomada (no encosto da pata na jaula). O felino, no alarido estridente, apavorou-se na situação. O susto, no revoado pulo, conferiu-se na reação. O rabo, na ocasião, inchou-se em graúda penugem. A partida, na analogia de raio, efetuou-se no clássico glutão. O amargo e dolente, no banal caçador (de encerrados bípedes), comportou-se em assistidas e voltas. As ciladas, no impróprio, doutrinam nas efetivas e rápidas provas. O sujeito, na inteligência, deve jamais subestimar os iguais. Os humanos, nas desditas e perdas, inovam nas ações e inovações.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: https://twitter.com/na_gaiola

domingo, 14 de agosto de 2016

O exemplo de bondade


A festa, na acertada ocasião, avolumou as várias famílias (de irmãos). O pessoal, no outrora criado nas colônias, achegou-se com enamorados, filhos e netos. O sensato parente, no residente rural, aproveitou estação e viagem. O porta-malas, no ocioso lugar (do carro), poderia transportar volumes. As frutas, em bergamotas, laranjas e limas, foram apanhadas na chácara. A fartura, na descomunal produção dos pés (árvores), conduziria na decomposição e desperdício. O sacolão, no abarrotado, foi colhido, enchido e transportado nos itens. O provimento, em mimo familiar (no conjunto da carestia urbana), constituiu doação (ao aconchegado parente). O presente, na inesperada cortesia, findou em assombro e distinção. O ausente, na afeição, remeteu dádiva. O sujeito, em circunstâncias, enobrece-se nas diferenças. O bem exteriorizado, no antecipado tempo, multiplica-se na exultação e riqueza. Feliz aquela pessoa que pode doar-se na abundância e amizade. “Faça o bem sem olhar a quem”.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.site.meritocat.com.br/

O precavido artifício


A cidadã, na bolsa furtada, aprendeu atenção e lição. O assalto, no episódio e impune, adveio em contratempos. A correria, no sumiço da documentação, causou nojo e raiva. Os bandidos, na visão privada, afluem na “melhor ingestão da terra”. Os semelhantes, na transgressão, acorrem em “praga social”. A senhora moça, nas perambulações, adota artifício. O dinheiro, na módica quantia, “acaba carregado e enfiado no sutiã”. A documentação, no exigido da identidade, coloca nalgum bolso. Os itens, no celular e maquiagem, transportam na sacola de mercado. A ocasião, no malandro, aflui na dificuldade. A insegurança, no instituído social, transtorna hábitos do convívio. Os pacíficos veem-se enclausurados nas moradas e a bandidagem circula no estabanado das vias. A sociedade, na atitude forte e impositiva do respeito, acha-se na cadência da expectativa. A demanda, no pingo nos “is”, sobrevém na questão de tempo. A vadiagem, na direção, cai na agressão do cidadão e falência do sistema.

Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: http://oqueetendencia.com/

A revolução no preço


O campo, na agricultura de subsistência familiar, vislumbra massiva produção. O preço, em oscilação, absorve atenções e prestezas. A carne, leite, milho e soja, no exemplo, auferem elevadas cotações. Os agricultores, na ânsia do lucro, escrevem conto. A primavera tornam-nos atucanados. Os charcos, encostas e matos, em limite agrícola, aparecem colonizados na mecanização. As terras, no valor, acodem na incidência. Os limitados domínios, em lotes, acodem em melhoras. Os moldes, em vários, alistam-se no acréscimo de safras (três), atributo das sementes, racionalização de custos... Um dia, no atraso (na ceifa ou plantio), atende por desperdício. A lavoura, em jardinagem, segue em fiel locação. O fluxo, em artigos, amplia-se no ciclo das safras. O prodígio, na lida, cai em mesas fartas e preços acessíveis. A livre iniciativa, na oferta e procura, advém na virtude. A menor ingerência, no Estado, calha no aumento de obra. O colono, na presteza rural, sabe “onde o sapato aperta no pé”.

Guido Lang
“História das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.sistemafaep.org.br/

A precoce amnésia


O modesto colonial, no ofício de agricultor, dedicou tempo na evolução e história comunitária. As entidades, no canto (coral), futebol (amador) e igreja (protestante), acorreram na atenção e exercício. As diretorias, em múltiplas gestões, foram assumidas na aptidão e retidão. Os recursos, no avultado (em contribuições e promoções), viam-se direcionados na obtenção de área (sede) e melhoria das instalações. As instituições, na linha, viram-se no núcleo das ocorrências e vivências. O cidadão, em meio século (de participação), consagrou semanas e meses do tempo. As alusões, nas conversas comunitárias e íntimas, deslancharam na célere amnésia (pós-morte). O ente, no legado, jaz deslembrado. Os viventes, em entes decorridos, ignoram experiências e padrões. As atas, no breve tempo, esvaeceram no decurso das direções. O ostracismo, no proposital, parece advier no artifício. A falha, em crônicas, dirige no ligeiro esquecimento da história. O ente, nas vivências, precisa acorrer em notas.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.lenipoesias.com.br/

As habituais conversas


Os usuários, no transporte coletivo (urbano), acorriam no hábito. As falas, nas paradas de ônibus, caíam nas ocasiões. Os próximos, no ritmo de espera (dos coletivos), acudiam de trocar ciências. As amizades, entre vizinhos, granjeavam vulto. A prática, no escasso tempo, desenhou mudança. O conforto, na técnica, mudou condutas. Os residentes, em vilas, afluem na expressiva condução própria. Os usuários, na globalização, trocaram praxes. O tempo, na espera, brota absorvido na conexão. As horas, no online (do celular) ou fone de ouvido, caem no zelo. O bate-papo, em “pérola”, calha na supressão. As pessoas, em lares ou vias, advêm no “feitio de autômatos”. A vida, em “ilhas perdidas no oceano do sustento”, avoca ares sociais. A solidão, no “choro da depressão e estresse”, cai no agravo das clínicas e ingestão de alívios. Os casuais diálogos, entre pessoais, advêm em lamúrias e reclamos. A norma reina: “Cada qual para si e Deus para todos”. Os humanos, em entes sociais, requerem contatos e convívios.

Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: http://br.freepik.com/