O vereador, no lugar
das vilas, ensaia perfil dos favores e trocas. O poder, no fraquejo do Estado, vê-se
preenchido na obra. As escolhas, em consecutivos pleitos, granjearam cargo. Os
moradores, nas carências (de toda ordem), apelam ao sujeito. Os obséquios, no
banal, acodem no agendamento de consultas, compra de remédios, liquidação de contas
(de luz), pedidos de gás, viagens médicas... Alguns residentes, em “casos de
extrema emergência”, apelam ao “protetor”. O político, no diário, confere petição.
As mendicâncias, nos múltiplos jeitos, caem em “quebra galho”. O salário, na
vereança, custeia “máquina eleitoral”. Os apadrinhados, na contrapartida, devem
acudir na permanência da cátedra. A publicidade, no anexo das casas, sucede na
fixação de placas. Os votos, em famílias, aferirem-se reunidos. O calejado, na extensão
de inelegível, repassa função ao filho. A reeleição, no dilema, repete-se no
decurso dos pleitos. O amparo, em mimos
e precisões, institui dissimulada permuta.
Guido Lang
“Histórias
do Cotidiano Político”
Crédito da imagem: http://robertlobato.com/
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