Uma sina desnorteadora, ao longo das
décadas de colonização, abate-se sobre as famílias teuto-brasileiras. Um
assunto evitado nas conversas informais, porém comentado as “quatro paredes” no
contexto dos vitimados. Pouquíssimas clãs, ao longo da história, desconheceram
a desgraça, que abateu-se de forma imprevista e repentina sem deixar maiores
avisos e recados. Refiro-me aos suicídios por enforcamentos, que foram muitos
em todas as localidades e paragens da descendência teuta.
Diversas são as abordagens quando
fala-se da obsessão dos suicidas pela ideia. Estes, a um bom tempo, vislumbram
os lugares próprios do ato, assim como providenciam o material. Costumam
processar o ato dentro da casa, pátio ou mato próximo quando familiares dão
algum “cochilo” (descuido). Fica daí a pergunta crucial: por quê? Imagina-se
respostas como aborrecimentos, depressão, excessos de trabalho, problemas de
saúde... Os suicidas adquirem uma monotonia da existência, quando simplesmente
preferem “retornar aos lugares de origem da natureza”. Alguns sentem-se
chamados por algum ancestral ou pessoa muito próxima das relações em vida.
Idosos, depois de uma vida de intenso trabalho como filosofia de vida, sentem a
invalidez, no que rejeitam de forma categórica, a inutilidade. Alegam não conseguir
passar o tempo e a morte é o epílogo final de uma sina. Daí cada cabeça uma
sentença.
O ato comum consiste no
enforcamento! Qualquer metro de corda pode concretizar o ato derradeiro. Há
coisa sucede-se com famílias de histórico de suicidas, quando membros tomam o
idêntico caminho. Criou-se, pela memória oral, uma lenda com relação às
ocorrências. Versa o título: “-Três dias de vento norte interruptos algum
alemão louco enforca-se pelas colônias”. O histórico, ao longo dos diversos
vales de instalação maior do elemento teuto, confirmam a sina. A indisposição,
como dores de cabeça, insônias, problemas de consciência, saúde abaladas,
reforçam a pré-disposição. O curioso, no final dos fatos, das pessoas darem-se
o idêntico destino aos animais, quando estes, numa propriedade colonial,
sofrerem acidentes ou doenças incuráveis, o sacrifício do dono!
Queira
Deus! Que outros flagelos sejam redimensionados, porém qualquer descendente,
conhecendo a mentalidade do modo de vida germânico, sabe da atitude radical. Cabe-nos
querer entender para evitar o pior e reorientar as novas gerações para uma
postura diversa.
Guido Lang
Livro “Histórias das Colônias”
Crédito da imagem: http://novotempo.com/lugardepaz/files/2010/11/forca5.jpg
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