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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Oração da Sabedoria

     

     Senhor, dá a esperança para vencer minhas ilusões, todas.
     Plantai em meu coração a sementeira do amor
     E ajuda-me a fazer feliz o maior número da humanidade possível, para ampliar os dias risonhos e resumir as noites tristonhas.
   Transforma meus rivais em companheiros, meus companheiros em amigos e meus amigos em entes queridos.
     Não me deixes ser um cordeiro perante os fortes e nem um leão diante dos fracos.
     Dá-me o sabor de saber perdoar e afastai de mim o desejo de vingança.
    Senhor, iluminai meus olhos para que eu veja os defeitos de minha alma e vendai-os para que eu não comente os defeitos alheios.
     Senhor, levai de mim a tristeza e não a entregueis a mais ninguém.
    Enchei meu coração com a divina fé, para sempre louvar o vosso nome e arrancai de mim o orgulho e a presunção.
     Deus, fazei de mim um homem realmente justo.

Autor Desconhecido

Crédito da imagem: http://pensandoavida.com/blog/2010/08/30/reino-de-deus-reino-dos-ceus-onde-esta-isso/


A profecia das formigas


     

     Um plantador, no contexto da horta e do jardim, localizou formigas cortadeiras. Estas, com hábitos noturnos acirrados, faziam um estrago deveras nas rosas, quando deixavam-nas “carecas”. O colono, não teve dúvidas, encontraria os ninhos e introduziria veneno. Chamou-lhe a atenção, no contexto da tarefa, o fato da exagerada cobertura. Camada de folhas e gravetos secos, superiores há uns cinco centímetros, cobriam os ninhos. O morador, no ínterim da falta da água em função da estiagem, pensou: “-Não pode ser prenúncio de chuva! A dificuldade de abundantes chuvas arrasta-se por meses e as formigas parecem contradizer os fenômenos da natureza”. Uns dias transcorreram e abateu água. Arroios e valos, provenientes das cabeceiras dos morros, viram-se abarrotadas da água. O barulho, no contexto das corredeiras e quedas, produzia barulhos e chiados infernais.
     As formigas, com sua extrema sensibilidade, acertaram em cheio os fenômenos meteorológicos. O cidadão conscientizou-se da necessidade de ter muito a aprender com quem vive há milênios nestas plagas. Observar o comportamento dos insetos, como abelhas e formigas, têm muito a dizer-nos sobre a mãe natureza. Estes, com boas semanas de antecedência, revelam os desígnios naturais.
       Quem nós subestimamos costumeiramente tem muito a ensinar! Olhos atentos, do espectador, auxiliam no sucesso das empleitadas econômico-financeiras.

Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-Brasileira)

Crédito da imagem: http://ministerioigualdadeindependente.webnode.com.br/historia-da-formiga/

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O que o filho pensa do pai


    Aos 7 anos:
    Papai é grande. Sabe tudo!

    Aos 14 anos:
    Parece que papai se engana em certas coisas que diz...

    Aos 20 anos:
    Papai está um pouco atrasado em suas teorias; não são desta época...
    
    Aos 25 anos: 
    O "coroa" não sabe nada... Está caducando, decididamente.

    Aos 35 anos:
    Com minha experiência, meu pai seria, hoje, milionário...

    Aos 45 anos:
    Não sei se consulto o "velho"; talvez ele me pudesse aconselhar...

     Aos 55 anos:
     Que pena papai ter morrido; a verdade é que ele tinha ideias notáveis!

     Aos 60 anos:
     Pobre pai! Era um sábio! Como lastimo tê-lo compreendido tão tarde...

Autor Desconhecido

     


Epitáfio de Ayrton Senna da Silva


"Nada pode me separar do amor de Deus".

Ayrton Senna da Silva (21/03/1960-01/05/1994)

Crédito da imagem: http://www.sennafiles.com/ayrton-senna/



O desafio à teimosia


     

     As abelhas híbridas africanas recém tinham-se instalado na localidade (Boa Vista Fundos-Teutônia/RS), quando uma colmeia vigorosa habitava um tronco oco. Esta, em poucas semanas, acumulara grande quantidade de mel, quando o produto exalava um aroma ímpar. Os insetos, como invasores do espaço, mantinham-se deveras agressivos, quando pouco tinham-se mesclado com as européias. O temor instalou-se nas redondezas, no que os moradores, como apicultores tradicionais e improvisados, mantiveram distância. Ouviram, nos anos de 1970, inúmeros relatos de ataques, quando as notícias advinham pelas ondas radiofônicas.
     Um certo morador, habitante de um recanto do lugarejo, duvidou da ousadia da colméia. Dizia: “-Este fato inexiste de não haver manejo a estes insetos! Eu faço o trabalho de encaixotar a comunidade assim como extrair o mel!” O dono do lote deu-lhe autorização de fazer a coleta, quando esperou um dia propício à atividade. Queria mostrar a teimosia germânica de não fraquejar diante do dilema, “quanto maiores às dúvidas, maior a satisfação de concretizar o duvidado”.
     O colonial, auxiliado por um filho, tomou mãos à obra. Procurou fazer uma excepcional fumaça no fumigador, abrigar-se com vestimenta própria, afiar machado e serra manual, preparar caixa... Iniciou-se, depois de andar uns bons metros nos trilhos de mato, os trabalhos, quando abafou os insetos com intensa fumaça. Cortou-se parte do tronco e deu-se umas machadadas! As abelhas advieram endemoniadas, no que pareciam desafiar a “chaminé ambulante”. Estes abateram-se sobre os elementos... Caíam no chão e atacavam! O colono conheceu a agressividade inimaginada destes insetos, que, diante de uma maior desproteção, matavam com facilidade.
      A persistência continuou para extrair o mel e encaixotar a colméia. Localizou-se a rainha e colocou-a num quadrículo, quando a comunidade viu-se inserida em um caixote. O bicharedo atacava, porém conheceu a eficiência da teimosia teuto-brasileira. O apicultor nunca tinha tomado tamanho número de ferroadas, quando chegaram às centenas. Realizou a tarefa diante da admiração da vizinhança, no que não faltou vontade de correr e safar-se do contexto. O empenhado, como palavra, manteve-se firme com vistas de não cair na chacota.
       Reza a tradição: diga ao alemão que tal coisa não dá! Este, na proporção de aceitar o desafio, faz acontecer diante das maiores agruras e empecilhos em função da sua extrema teimosia.

Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-Brasileira)

Crédito da imagem: http://ciencia.hsw.uol.com.br/abelha6.htm

terça-feira, 25 de setembro de 2012

O exército de trabalhadores anônimos


     

     O quente e úmido tomou conta do cenário colonial, quando todas as espécies entocadas criaram vida. A preocupação essencial consistia em viver o prazer de cada momento, porém cumprir uma sina. Esta relaciona-se a multiplicação, no que o sentido maior é a perpetuação das espécies. Aromas, através da floração das plantas, espalham-se pelos espaços, no que o exército anônimo fica adoidado.
    Falo das abelhas, sem momentos de folga, vão devassando os ambientes com vistas de avolumar material às colméias. Uma labuta acirrada, do clarear ao anoitecer, proporciona bilhões de vôos e sobrevôos entre comunidades e flores. Avoluma-se, em cada florzinha, proporções ínfimas de néctar, que em forma de mel, cera e própolis possibilitam a manutenção e a procriação da espécie. Os soldados com uma vida dedicada ao cumprimento da nobre missão.
     Os trabalhadores, na proporção das essências vegetais, nenhum espaço poupam para as visitas. Estes perpassam quaisquer ambientes e seres na medida de haver cheiros adocicados. Florestas, entre baixadas e encostas, encontram-se vasculhadas; lavouras, no contexto das áreas planas e pouco inclinadas, vem-se perpassadas flor por flor; jardins e pomares, nas proximidades das residências coloniais, ganham primazia das atenções... Alguns momentos ímpares, com floração excepcional dos citrus e pitangueiras como exemplo, levam os insetos a fazer uma cantoria grandiosa. Fala-se do zunido no momento da coleta do material, quando dias inteiros de chiados fazem-se ouvir.
     O ritmo de vida, após umas semanas, torna-se ensurdecedor com a enxameação. Comunidades dividem-se com vistas de procurar novos ares, no que algumas precursoras vêm-se destacadas para procurar um lugar próprio à moradia. Pesquisam-se os lugares para encontrar espaços ocos entre pedreiras e troncos, quando apicultores relaxaram na instalação de caixas-iscas. As famílias novas seguem a idêntica escola, que fora assimilada na comunidade original. Um trabalho ardoroso para começar do zero a nova família, que para muitas outras espécies serve de modelo de capricho, dedicação, organização e persistência ao trabalho. Hábitos milenares encontram-se repetidos até a exaustão do soldado anônimo.
     As abelhas, para o atento criador e observador, causam um fascínio e paixão pelo exemplo de vida como comunidade. Fazem os humanos, pela estrutura de organização social, entender a necessidade de aprender muito na sua passagem terrena. Os insetos, numa onipresença, sempre têm alguns representantes em qualquer canto e recanto do planeta.

Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-Brasileira)

Crédito da imagem: http://profhelena4e5ano.blogspot.com.br/2010/12/vida-das-abelhas-e-doce-mesmo.html

Um espetáculo ímpar


     

     Uma realidade ímpar ocorre em certos pátios coloniais, quando estes ostentam aves, angolistas, galinhas, gansos, marrecos, patos e perus que criam um cenário de aparente confusão e gritaria, que, a longas distâncias, são apreciados. Os alaridos num dia inteiro escorrem pela rotina colonial, quando o bicharedo faz sua festa parcial.
     O maior barulho advém das angolistas, que perpassam certos territórios demarcados continuamente. Quaisquer insetos vêm-se digeridos, quando poucos exemplares sobram da inconveniência. As aves, muito ariscas, continuamente largam alaridos crepitantes, no que instalou-se quaisquer desconfianças. O fato amplia-se com o número de aves, que adoram andar em bandos. A gritaria, entre baixadas e morros, pode ser ouvida numa localidade inteira.
     Poucas famílias ousam criá-las em função da impertinência. A criação dos filhotes mostra-se uma especialidade, quando na tenra idade, não podem com maior umidade. Alguma choca ganha a nobre incumbência de chocar e criar a ninhada, porque os próprios carecem da eficiência para concretizar o feito.   Os bichinhos identificam-se como da espécie das galinhas, no que, depois de certa idade, descobrem as diferenças. Adotaram as chocas como mãe, depois de grandes, quando um afeto mútuo tornou-se costumeiro. A localização, das ninhadas das aves, ostenta-se outra brincadeira entre o criador e as poedeiras. Elas buscam lugares entre moitas e roças, quando mantêm a maior discrição. Ninhadas, com até três dezenas de ovos, acabam achadas no ínterim das procuras. O segredo consiste em cuidar em determinados horários (das treze às dezesseis horas) quando põem neste interim. A inconveniência reside em degustar os brotos das culturas, quando causam prejuízos as lavouras de cereais e forragens. Os criadores relevam situações em função do espetáculo da sua presença, no que animam e enobrecem o cenário rural.
     Os humanos, no contexto rural, precisam de parcerias, quando a monotonia da rotina torna-se uma ilusão. O indivíduo ostenta-se dono do próprio tempo e livre no cenário produtivo, quando muitos, no contexto urbano, ignoram estas facetas existenciais.

Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-Brasileira)

Crédito da imagem: http://rs.quebarato.com.br/sao-sebastiao-do-cai/angolistas-ou-galinhas-d-angola__128990.html