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sábado, 11 de janeiro de 2014

A encrenca do vizinho


Os vizinhos, distanciados há algumas dezenas de metros, estranharam-se na amizade. As informais conversas cessaram de definitiva forma. A afronta e peça ostenta-se inesquecível!
As idas e vindas, nas conversas e convivências, concluíram-se por completo. A imprópria notícia, aos quatro ventos, espalhou-se no núcleo comunitário!
O cidadão, pela indecência e ousadia, ganhou específica alcunha: jaquara. O motivo, dessa encrenca de vizinho, ligou-se ao inconveniente e inesperado solicitado!
O beltrano, embebedado, efetuou indiscreta oferta. A intimidade sexual seria seu desejo. A fulana, no ato, descartou quaisquer chances! O nojo e a raiva tomaram conta!
A tradicional confiança, entre vizinhanças, fraquejou no relacionamento e respeito. O marido, por insistência da honrada senhora, careceu de pedir esclarecimentos e satisfações!
As brigas e intrigas instalaram-se nas relações! A bebedeira, aos consumidores, induz a esdrúxula e ridícula situação. A confiança traída significa relações atingidas!
Melindrosos pedidos, no meio colonial, deixam lembranças e mágoas pela vida inteira. O bom e respeitoso vizinho, na alheia esposa, enxerga o masculino sexo!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.igrejanovageracao.org/

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A promoção do pepino


O pacato cidadão, de baixa formação escolar, instalou modesta feira. O negócio, na esquina da periferia urbana, fazia excepcional movimento de clientes!
As vendas, no geral, permitiam boas arrecadações e razoáveis lucros. Familiares, como auxiliares, viram-se empregados. Os sonhos de consumo puderam ser adquiridos!
A microempresa absorvia a totalidade do tempo. O expediente, na jornada, assumia quatorze horas diárias. Dezenas de outras acresciam aos sábados e domingos!
A clientela afluía na proporção das promoções. Alguma especial somou-se as tradicionais. Os produtos da safra ganhavam ampla oferta e venda!
A placa, em grandes letras, dizia: “Pipino – Um e noventa e nove o preço do quilo”. Espertalhões e gozadores implicaram na dúvida: trata-se de vender problemas ou verduras!
Um amigo e colega alertou de tratar-se de eventual pepino. O dono, de amarrada cara, revelou-se categórico: “- O pipino é meu e vendo com o nome que quiser!”
Outro mais deu os ares da graça: “Artigo novo? Desconhecia o fato de vender problemas!” A solução, diante da chacota, foi pesquisar e corrigir o equívoco!
Uma modesta letra pode fazer total diferença no significado da palavra. O vergonhoso não consiste em errar, porém insistir no erro. Perguntar e pesquisar ostenta-se sabedoria!
O indivíduo, nos negócios, precisa ser expert. A informação, como interrogação, evita uma porção de atropelos e correrias!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://portugues.torange.biz/Plants/Vegetable-and-water-melons/Pepino-no-jardim-de-2048.html

O demonstrativo dos encargos



A funcionária gostava do ambiente e trabalho. O maior e melhor tempo transcorriam no emprego. O ganha pão, como assalariada, exigia “a venda do serviço das horas”!
A queixa principal ligava-se ao minguado salário. Os ganhos, diante do capricho e dedicação, entendiam-se esparsos e parcos! A baixa qualificação via-se principal razão!
O empregador, como contratante, gostava da labuta da funcionária. A questão salarial, nas relações, criava atritos e falatórios. Os dispêndios pesavam igualmente ao pagador!
O empresário, na contabilidade, chamou à trabalhadora. O objetivo havia “em amparar arestas”. Elas, no imprevisto, instalam-se na diária e mútua convivência!
Desconfianças e descontentamentos requerem esclarecimentos! Chefe e subalterno, na contabilidade, cruzaram e desfizeram recíprocas dúvidas e queixas!
Os diversos e variados encargos foram delineados e explicados. A empresa, além do salário, cobria e honrava uma porção de ignorados pagamentos do funcionário!
Estes consistiam em atestados médicos, décimo terceiro, férias, fundo de garantia, licença gestante, planos de saúde, vale refeição... O salário dobrava quase nos dispêndios!
As conversas francas, como sabedoria, evitam uma porção de aborrecimentos. As pessoas, no desconhecimento, externam comentários e falatórios equivocados e impróprios!
Os esclarecimentos, nos desafetos e dúvidas, revelam-se divina bênção. As contratações, na gama de encargos, precisam ser bem avaliadas e calculadas!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.brasil.gov.br

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A indigesta paralisação


O pacato morador procurou viver o prazer e satisfação de cada dia. O acúmulo, de reservas, deixou de ser prioridade. O dinheiro entrava e saia na exata e imediata dimensão!
Os ganhos, no geral, foram gastos nas bebedeiras e festanças. Aquele velho princípio: “Dinheiro foi feito para ser gasto” ou “Ele precisa circular para criar riquezas”!
A pobreza familiar implantou-se como triste sina. A moradia edificou-se na periferia urbana. Outro casebre, no conjunto das centenas, somou-se na área verde do riacho!
O infortúnio, na calada da velhice, abateu-se na dureza da existência. Remédios e tratamentos viram-se rotina. O câncer, como causa da morte, levou ao desejado alívio!
A cerimônia, no velório, encerrou uma jornada de penosas e ricas vivências. Uma dezena de amigos, a familiares e parentes, presenciou as cenas de despedida!
O caixão, no final ato, tomaria a terra. O espanto e surpresa instalaram-se na imprópria atitude. Os pedreiros, na ausência de dinheiro, negaram a tarefa do sepultamento!
Os profissionais, na improvisada paralisação, exigiram a renumeração. O corpo, no momento, ficaria sem a valiosa terra. Presentes abstiveram-se “de pegar mão na massa”!
Esposa e filhos, desprevenidos de recursos, apelaram à caridade dos presentes. “A vaquinha”, como “improvisado quebra galho”, avolumou os modestos valores!
O corpo, no cemitério municipal, conheceu o descanso derradeiro. As dificuldades financeiras carecem de poupar até finados. As conversas, sem dinheiro, ostentam-se fiadas!
As pessoas, no trato do dinheiro, ignoram sabedorias e virtudes. O cidadão, em circunstâncias, depara-se com especiais surpresas!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.mundofunerario.com.br/

O modesto aperitivo


Pai e filho, no imprevisto, assimilaram estranha obsessão. Estes viram-se especiais amigos e parceiros na bebida! Esqueciam-se do trabalho, porém jamais do traguinho (bebida)!
Uns singelos goles, na modesta cana, iniciaram os flagelos da existência. O traguinho, anterior ao almoço e janta, acompanhava as rotineiras refeições!
O “abre apetite” consistia como justificativa. A cachaça, aos poucos, avolumou-se no gosto e quantidade. Pai e filho, sem qualquer exceção, ingeriram “o impróprio”!
As muitas garrafas tornaram-se a triste sina. A bebida virara diária obrigação e razão. Os consumos, nos armazéns e bares, somaram-se as caseiras doses!
O vício, como mazela, encontrou-se instalado. A cachaça, na sequência, originou a desgraça familiar. O filho exagerou na quantidade. Este ingeriu até o auto-extermínio!
O genitor, numa infindável dor, enterrou a própria carne. A pinga trouxe o precoce perecimento. O arrependimento, em não poder dizer não (na infância), fora a triste causa!
Familiares, na bebedeira, revelam-se imprópria companhia. O exemplo, ao astuto e esperto, serve de antídoto. O álcool, na história, ceifou vidas e desestruturou famílias!
A ideia, “não dá em nada”, prevalece na mente dos beberrões. Os prazeres imediatos, em boa dose, sobrepõem-se a racionalidade!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://hypescience.com/divorcio-ou-desinteresse-dos-pais-aumenta-risco-de-bebedeira-em-filhos/

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A opção de vida


O cidadão, nos sonhos de infância, mantinha desejos em ter filhos. O casamento possibilitou a concretização do projeto. Os rebentos, no lar, tornaram-se a razão!
Os frutos alegram e embelezam a família. Os custos e renúncias saltam aos alheios olhos. As economias, nos variados dispêndios, ostentam-se constante sina!
Os gastos, com criação e formação, exigem elevadas somas. O cidadão, no conjunto, obriga-se a rejeição de bens de consumo. A modéstia verifica-se a opção de vida!
Os amigos e colegas, alheios a rebentos, circulam com potentes e suntuosos veículos. Estes habitam em espaçosas e magníficas residências. Passeios e viagens ocorrem a toa!
Mãe e pai, por necessidade, privam-se dos gastos. O modesto carro e singela casa mantêm-se como patrimônio. Os lazeres e prazeres restringem-se as cercanias do lugarejo!
Os ganhos obrigam a gerar sobras. As divisas, como investimentos, ficam direcionados à formação escolar e profissional. Os estudos, em escolas e universidades, exigem verbas!
A natalidade, entre casais, muda a vida dos genitores. Os filhos, na sociedade do dinheiro, tornaram-se “artigos de luxo”. A ausência inspira a falta de sentido à existência!
Os escolares, na atualidade, mostram-se hóspedes nas residências. Os indivíduos, na trajetória terrena, obrigam-se a muitas e variadas escolhas!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://blog.guiabolso.com.br/2013/12/19/dicas-controlar-gastos-filhos/

A preguiça do gato


Um felino, na fome, procurou a caça como sina. O instinto, herdado dos ancestrais, insistia em comer carne crua e fresca. Algum adoentado ou desavisado deveria pagar a vida!
A alternativa consistiu em apanhar alguma pomba rola. As aves, na esperteza e vigilância, precaveram-se dos perigos. O movimento impulsionou o voo!
A chance ocorreu em entocar algum peixe. O cardume, na agitação e sombra, afundou nas profundezas da lagoa.  A precaução revelou-se sinônimo de inteligência!
A ideia recaiu sobre os ratos. As ninhadas, na presença do dono e gatos, mudaram-se da residência. A sorte convém jamais desafiar!
O estômago, na dor da fome, exigiu providências. O pedido, ao criador, consistiu da gentileza da ração. A doação, na compaixão, revelou-se artifício!
A dificuldade, na boa dose, persistiu na preguiça. A má vontade originou a gama de empecilhos. A moleza do gato revelou-se a sorte das eventuais presas!
O preguiçoso, na inércia, acha a porção de justificativas e respostas. A labuta ostenta-se filosofia de corajosos e privilegiados. Que seria do mundo sem as necessidades das bocas?
O consumismo, aos parasitas, cria fácil vida. A preguiça, o ócio como filosofia, reforça o poder e utilidade das máquinas!

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://ultradownloads.com.br/listagem/gatos/13,313,2,,,2,2,2.html