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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O fogo de palha


Um colonial, em meio ao dia ensolarado e seco, animou-se para finalmente fazer uma retardada faxina. Esta, em função duma visita eminente, visava mudar o cenário particular!
Este, junto à esposa e filhos, consistiu numa generalizada arrumação. Os desleixos, por algum imprevisto, acabaram retardados durante semanas!
Os membros, numa espécie de mutirão familiar, improvisaram generalizada limpeza. Os punhados de folhas, gravetos e palhas ganharam o amontoado no descampado!
O esconderijo preferencial dos bicharedos (animais) peçonhentos vira-se eliminado e queimado. Os restos, no meio do campo, deram origem a uma bela e rápida fogueira!
Um fogo ímpar mostrou-se próprio ao material à combustão. Este, em dezenas de minutos, terminou em cinzas os avolumados e inconvenientes entulhos!
O idêntico aplica-se a certos amores e profissões na flor da idade. Os indivíduos, em suas expectativas e sonhos, possuem belos desejos e fantasias!
As coisas, no primeiro momento, parecem tão fáceis e rápidas! O objetivo consiste em conquistar os altos cumes e montanhas das sociedades humanas!
A realidade, a partir dos limitados capitais e conhecimentos, elimina as fantasias e encantos. As conquistas, no cotidiano das práticas, exigem persistente esmero e trabalho!
A vida, antes do imaginado, mostra-se efêmera e transitória. O belo e elegante revela-se oneroso e trabalhoso. A convivência depara com os limites e privações!

                                                                               Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://giovanigelati.blogspot.com.br

terça-feira, 27 de agosto de 2013

O ocasional atraso


Um jovem, numa altura dos estudos universitários, precisou tomar o caminho do estágio. Este, no estudo do curso próprio, acabou deslocado a uma distante cidade!
Vários membros, completos desconhecidos, auxiliaram-no no aprimoramento dos dons e profissão. Os compromissos foram seguidos rigorosamente a risca do receituário educacional!
O estudante, numa oportunidade, precisou realizar mais um dos ofícios religiosos. Este, numa localidade distante e retirada, relacionou-se ao casamento!
O improvisado profissional, nesta exclusiva e única oportunidade, viu-se no atraso de escassos minutos! Um fato impensado, como imprevisto, mostrou-se na vida do jovem!
Este, no deslocamento, demorou-se mais do que o imaginado. O fato, entre os avaliadores, passou como gravíssimo erro. A dedicação e eficiência viram-se questionadas!
O discente, conforme recomendação, deveria refazer parte da aula prática. Ele, de imediato, negou o ato! A solução consistiu em enveredar noutro ramo profissional!
Algum membro, depois de três décadas, comentou o equívoco. A conversa foi: “- Um certo estagiário atrasou-se no casamento. A beltrana e sicrano, como noiva e noivo, precisaram esperar pelo religioso na porta da igreja”!
O ocorrido ficou registrado na história comunitária e familiar! Certos equívocos e males advêm como belo exemplo de aprendizagem! “Deus escreve certo em linhas tortas”!
Um equívoco sobrepõe-se a noventa e nove acertos. As pessoas têm facilidades em gravar e rememorar as alheias falhas! A pontualidade, em quaisquer situações, mostra-se fator essencial de dedicação e eficiência!

                                                                         Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://estudos.gospelmais.com.br

A volatilidade do dinheiro


A inflação, ao longo das décadas, deixa muito trabalhador em maus lençóis. As pessoas, numa época da vida, pensam ter avolumado riqueza!
Um colonial, com avançada idade e enjoado da agricultura familiar, procurou comercializar o patrimônio. Ele, depois da labuta braçal, quis “sentar-se no descanso”!
As terras, plantações, moradia e animais viram-se “passados no troco”. O casal, a primeira vista, pareceu ter ganhado alguma fortuna!
O dinheiro, em parte, foi repartido entre os filhos. Outra metade viu-se aplicado na poupança. O juro, numa ilusão, daria para sobreviver!
O camarada, como manutenção, passou a gastar expressivas somas. Quaisquer artigos, no meio urbano, revelam-se despesas e encargos!
O capital, com acelerada inflação, desacompanhou o ritmo da reposição dos preços. Os recursos volatizaram-se a semelhança do álcool no ar!
O colonial, em duas décadas, ostentou-se literalmente falido e pobre. O dinheiro tinha sumido no ralo. Este, nos dias finais, precisou apelar à bondade e caridade dos filhos!
As terras costumam acompanhar a escalada inflacionária. O dinheiro, como mero papel, escorre entre os dedos das mãos (como a areia seca do deserto). O indivíduo prudente carece de assentar-se em galho seco da árvore.          
                                                             
                  Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://kwarup.blogspot.com.br/2009_07_01_archive.html

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O saber popular


Um senhor, da sua adorada mãe, aprendeu a preparar conservas de pepino. Estas, colocados em quaisquer cardápios e mercados, ganharam a especial aceitação!
O cidadão, numa altura, precisou decidir-se na vida profissional. Ele, com a experiência de assalariado, conheceu as chances limitadas das oportunidades e riquezas!
Este, com a esposa, conversou e pensou numa empresa familiar. Quê começar? Adveio a ideia do especial ensinamento materno. O trabalho, a título de experiência, tomou vulto!
Este, nas sobras das fruteiras e mercados, adquiriu alguma matéria- prima. Outra parcela, dentro das possibilidades, viu-se cultivada na horta familiar!
Os frutos, no espaço da residência, ganharam o segredo do tradicional preparo. O produto, entre amigos e comércio em geral, ganhou a experimentação e venda!
As encomendas paulatinamente avolumaram-se como pedidos. O dinheiro, num singelo capital, possibilitou ampliações. Os investimentos ostentaram-se contínuos!
O resultado acabou na construção de prédio próprio. A empresa, agora com auxílio dos filhos, assumiu ares da diversificação. Os artigos tornaram-se uma referência no consumo!
Os produtos, em décadas, tornaram-se conhecidíssimos nos mercados. A marca, aos consumidores, externava sinônimo de qualidade e sabor!
O zelo, por aquele específico gosto, viu-se continuamente enfatizado! A transmissão, de cargos, chefias e tarefas, mantinha-se uma preocupação para assegurar a sobrevivência!
O modesto e singelo abre perspectivas a grandes conquistas e realizações. Alimentos encontram contínua colocação: as pessoas, em meio às crises, não podem deixar de comer! As soluções, aos problemas, veem-se costumeiramente ao alcance das mãos!

                                                                                   Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://produto.mercadolivre.com.br

A pesada mão


O cliente, como de práxis, achegou-se as apressadas compras no armazém da esquina. O procedimento, com o lucro em cima das mercadorias, visa oportunizar o crescimento do estabelecimento!
O horário, próximo ao meio dia, revela-se a razão da tamanha pressa. Os artigos, de última hora, incluem a necessidade de alguma carne!
O consumidor, para o apetitoso e tradicional carreteiro, adquiriu alguma porção de guisado. Umas singelas gramas incluíram-se no bilhete das compras!
O açougueiro, no pronto atendimento, ficou feliz com o pedido. O salário afinal sai das suas vendas! Estas, sendo escassas, resultam em problemas de pagamento no final do mês!
O profissional, num improvisado descuido ou desleixo, esconde aquele velho estratagema. Os clientes, no geral, pedem umas certas gramas ou quilos!
Os pesos costumeiramente ultrapassam os reais pedidos! O açougueiro convive com o constante equívoco. A balança apresenta problemas para cima e difícil para baixo! 
O atendente, com necessidade de vender, costuma enganar-se para cima. Os pesos, de maneira geral, elevam-se aos pedidos dos consumidores!
Os poucos gramas, entre os inúmeros pedidos, fazem excepcional diferença no desfecho do dia, semana, mês e ano. Algumas centenas de animais pagam o “pato” pelo aparente engano!
O comércio, no capitalismo, precisa vender a todo custo. Os lucros advêm na proporção das vendas. O proposital equívoco revela-se artimanha de mercado!
O cliente curtido e esperto pede peso abaixo do almejado. O cidadão cuida dumas artimanhas, porém continuamente caí noutras estratégias. Os negócios, nos competitivos mercados, precisam deslanchar para sobreviver em meio aos encargos!

                                                                                        Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:https://www.facebook.com/agrishow/timeline

domingo, 25 de agosto de 2013

Nome aos bois


Uma funcionária, a mando da chefia, organizou determinado evento comunitário. A dedicação e organização trouxeram o êxito e sucesso!
O público adveio para inteirar-se e ouvir os relatos dos participantes. Estes explanaram experiências e vivências nas inéditas histórias e relatos.
Alguns ouvintes, no final, falaram “valeu a pena em dar-se o tempo de participar”! Noutras oportunidades vamos renovar nossa presença!
Um conhecido, à coordenação, renovou “a rasgação de seda”! Os ecos, das assimilações e elogios, ressoaram pelos cantos e recantos! A fulana, numa eficiência ímpar, sentiu-se feliz e realizada!
O curioso transcorreu em interrogar pelo “nome dos comentaristas”. O parceiro, “escorregadio como molhado sabonete”, saiu-se “na tangente dos detalhes e explicações”!
O fulano, de forma simples e sincera, disse: “- Colega! Nada de dar o nome aos bois! O indivíduo carece de comentar as falas e ideias do beltrano, fulano e sicrano”.
As pessoas, na sua santa ingenuidade, poderão ir para cobrar explicações e satisfações. O cidadão discreto e pacato almeja distância de equívocos e intrigas!
“Macaco velho não mete a mão na cumbuca”! A vida, na sutil educação, ensina lições e tarefas do gênero humano! A prática cotidiana, na convivência comunitária, revela-se nobre e sábia escola!
Os astutos e espertos contornam aborrecimentos e problemas. Os comentários e falatórios, em ambientes de trabalho, revelam-se ardilosos e precavidos. O profissional, a partir das entrelinhas, conhece o gosto e preferência das companhias e parcerias!

                                                                                      Guido Lang
”Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://www.ruadireita.com

A extrema dó


Um comerciante, instalado nas grotas, fazia esporádicas carneações. As miudezas, chamarisco da cachorrada, viam-se descartadas em lavagem aos suínos!
O carneador, diante da astúcia e ousadia canina, passou a ter frequentes invasões. Os animais, das alheias propriedades, afluíam às dezenas nas caladas da noite!
O bicharedo, até a manhã, atacava e revirava o ambiente e recipientes! Um cenário de desorganização e prejuízos! A bagunça via-se instalada!
O vendedor, numa altura, indignou-se com aqueles constantes ataques e confusões. Ele, enraivado e indisposto, pegou alguma graúda pedra!
O artefato, como improvisada arma, viu-se arremessado com ímpar força. A peça, em cheio, acertou a pata dianteira do azarado animal da primeira vizinha. O estrago foi à completa fratura do membro!
O domesticado lobo, com a parte fraturada e pendurada, passava diversas vezes diante do estabelecimento. O cenário via-se de dor e pesar!
O autor e clientes, nas idas e vindas, deparavam-se com a esdrúxula e dolorosa cena! O cidadão, nalgumas noites de insônia em meio ao peso da consciência, lembrara-se da desgraça originada!
A vizinhança, nos seios familiares, comentava e repassava o sucedido! Os desconhecidos interrogavam sobre a autoria de tamanha bestialidade! 
Cuidado! O indivíduo, em meio à extrema fúria e raiva, incorre em concretizar injustos atos. Estes, no íntimo e no transcorrer do tempo, veem-se numa dor imprópria pior do que a própria dor acarretada às vítimas!
Os bichos, de criação e estimação, carecem de culpa pelo descaso e dificuldades dos donos. Os animais, mesmo bem cuidados e tratados, seguem a lógica dos instintos. A vida, nalgum momento e situação, prega-nos inusitadas e ousadas peças!

                                                                                                 Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.casadolabrador.com/PASTOR/Pinicio.htm