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quinta-feira, 9 de maio de 2013

A contrapartida amorosa



As mulheres, em inúmeros lares, labutam paralelos aos homens. Inúmeras revelam-se verdadeiras heroínas e obras-primas!
Algumas senhoras, para ver deslanchar as tarefas e o trabalho, precisam ainda tomar a dianteira das iniciativas. Uns másculos aproveitam-se para escorar na eficiência e vocação feminina.
Um senhor, a título de exemplo, foi passear no armazém. A esposa, parceria das dificuldades e prazeres, encontrava-se a amontoar pedras na lavoura. O objetivo consistia em extrair as peças (com vistas de poder mecanizar o espaço). Os cuidados com criações e moradia, no ínterim, somaram-se como encargos e obrigações.
O cidadão, ancião dos setenta anos, contou o fato ao forasteiro. A sexta, no expediente vespertino, revelava-se o início das conversas e encontros informais (na tradicional venda). O camarada, muito curtido pelas andanças e relacionamentos deste velho mundo, exclamou um singelo tratamento.
O fulano, podendo ser seu filho, externou: “- Amigo! O indivíduo, para ter alguma mulher bonita e elegante, precisa poupá-la das tarefas onerosas e pesadas. Este, em momentos, necessita dar-lhe algum dinheiro às compras. Ele ainda precisa ser agradável e boa companhia na diária convivência. Os agrados e mimos ganham maior fervor e sabor!”.
Os amores possuem suas contrapartidas e mimos! As pessoas recebem e retribuem as auferidas gentilezas! O indivíduo nunca pode ser uma pedra no caminho de ninguém!
                                                                         
Guido Lang
                                              “Singelas Crônicas no Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://economia.uol.com.br 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Aniversário de 1 ano do blog

O primeiro ano de muitos anos de vida!


Crédito da imagem: http://dicasdasabrina.com.br

A galinha


Era uma vez uma pequena galinha que achou alguns grãos de trigo.
- Vamos plantá-los e teremos pão. Querem me ajudar?
- Não! - responderam em coro os bichos que povoavam a granja.
Ela semeou, e o trigo cresceu.
- Vamos colhê-lo! - Propôs ela.
- Eu não! - exclamou o pato.
- Vou perder o meu seguro desemprego - Protestou o ganso.
- Ficarei sem meus benefícios sociais - Resmungou o porco.
E a pequena galinha fez a colheita sem auxílio de ninguém.
- Quem me ajuda a fazer o pão? - Perguntou ela.
- Isso significa horas extras - Murmurou a vaca.
- Perderei as minhas vantagens sociais - Gritou o marreco.
- Para mim, seria uma discriminação social - Retorquiu o ganso.
E a pequena galinha preparou e assou o pão sozinha.
Mas, quando o pão ficou pronto, todos queriam comê-lo.
A galinha disse:
- Mas eu posso comê-lo sem que ninguém me ajude.
- Exploradora! - Mugiu irada a vaca.
- Suja capitalista! - Berrou o pato.
- Violam os meus direitos! - Reclamou o ganso.
E o porco se pôs a grunhir. Os animais organizaram uma passeata. Num grande cartaz, pintaram a palavra “injustiça”, e gritaram muitas obscenidades contra a pequena galinha.
Até que chegou o cobrador dos impostos. Por arte dos outros animais, ele convenceu a galinha de que devia pagar uma grande parte do seu pão. O fruto do imposto, portanto, beneficiaria aos outros.


Resultado: Todos comeram. Mas a granja nunca mais voltou a ter pão.

Ronald Reagan (1911 - 2004)

Crédito da imagem: http://www.criacionismo.com.br

Os elogios da bonança




Uma caneleira preta vivia seus dias de esplendor e glória! Admiradores e bajuladores não lhe faltaram nos dias de opulência e saliência! Cada próximo pedia aconchegos e mimos!
A árvore, localizada no interior do brejo e margem do mato, ostentava excepcionais folhas, frondosos galhos e magnífico tronco. Quaisquer viventes, na proporção da passagem, reparavam a exuberância e magnitude.
Uns forasteiros chegaram a comentar: “ - Que ímpar caneleira essa! Por que não a derrubam para fazer guias, sarrafos ou tábuas?” O extrativismo vegetal visto como mera possibilidade financeira! A ganância despertada a serviço da obtenção de dinheiro!
Aves, em nome da diversão e proteção, procuravam refúgio no interior da copa. Estas, nos vôos e sobrevôos, viviam a defecar pelas cercanias dos galhos e tronco. O discurso, em meio às justificativas dos atos, consistia numa aparente gratidão (para adubar as volumosas raízes).
Algumas miúdas sementes, inseridas como excrementos, passaram a germinar e trazer o germe da concorrência e morte! A caneleira, em meio aos elogios e euforia, esquecia-se da astúcia e esperteza dos humildes!
O vegetal, com tamanhos admiradores e referências, parecia acreditar e agradecer pelas muitas bajulações e conversas. Estas, aos próximos, dizia: “- Nenhuma outra planta a minha altura para fazer sombra!”
O vento, com a proximidade da chuva, certo dia avolumou-se no horizonte. Este, como força da movimentação do ar, abateu-se numa forte e repentina rajada. Dois grossos galhos, de supetão, viram-se danificados e derrubados!
As feridas abriram uma tremenda clareira. As miúdas plantas, germinadas a partir das sementes, cresceram e começaram a fazer concorrência. Os aventureiros valeram-se da oportunidade para destroná-la do nobre posto. Esta, em poucos anos, vira-se condenada e sufocada!
Os autoelogios costumam ostentar cheiros impróprios. A bonança e opulência atiça a ganância. Quaisquer excessos inserem o potencial das desgraças e distorções.

Guido Lang
“Singelas Fábulas e Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.riodosul.sc.gov.br

terça-feira, 7 de maio de 2013

O trágico esquecimento


Um rural, em meio às tarefas da lavoura, encontrava-se raquítico e seco como um aparente palito de fósforo. Este, em síntese, dava a menor importância para reverter uma situação adversa e crítica.
O fulano, numa manhã ou tarde inteira de jornada, carecia de colocar algum singelo gole d’água na boca. Este simplesmente fazia descaso ou esquecia-se da necessidade de ingerir líquidos.  Os eventuais consumos ocorriam nos momentos de tomar café ou chimarrão com os familiares!
O baixo consumo, como filtração e refrigeração do corpo, ostentava-se uma rotina de décadas. O cidadão, nos ambientes de trabalho, achava graça da história de levar alguma garrafinha de líquido! A sede dificilmente lhe aparecia! O suor ostentava-se mínimo e raro! A urina apresentava-se amarela e concentrada!
Este, como complemento as agruras do organismo, tragava “um cigarro em cima do outro”. Os problemas de saúde cedo manifestaram-se em forma de contínuos tratamentos. Queixas aqui e acolá à esposa! Dor lá e cá pelo corpo! Jamais de aceitar a ideia de redimensionar uma adversidade!
Uns brincam com a saúde e o azar parece ajudar-lhes na longa vida. Outros, em meio aos descasos e desleixos, aparentam ostentar uma constituição corporal férrea! Os vícios, entre os dependentes, dificilmente são aceitos como causa de doenças e mal estares!                 
                                                                                
Guido Lang
“Singelas Fábulas e Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.baixaki.com.br

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Os últimos reais



A filha chora! Os pais compadecem-se da situação. A mãe procura averiguar as razões! O casal, no ambiente da fila do caixa do supermercado, não quer fazer feio e passar vexame!
A causa relaciona-se a carências de créditos no celular. O genitor, com os últimos reais na carteira, resiste aos apelos e pedidos. O escasso numerário deveria atender outras necessidades e prioridades familiares básicas.
A choradeira e teimosia, em meio ao observar alheio, sensibiliza os responsáveis. Eles, em função da esperta insistência, optam pela compra do cartão. O celular, no interior dos seios das famílias, transformou-se um bem de primeira!
Artigos de consumo, com razão de economia familiar, conhecem a abstinência ou redução (como forma de reduzir custos). As possibilidades de ligações, no entanto, não podem carecer aos amigos e conhecidos! 
Inúmeros usuários, de maneira geral, encontram-se viciados no manejo dos aparelhos. Estes, a todo instante, vêem-se consultados e manipulados. Alguns abusos e usos chegam às raias do ridículo!
Alguns consumidores parecem ostentar a telefonia como razão vivencial. Estes andam para cá e para lá sem nunca desgrudar (um segundo sequer) alguma mão do artefato. Outros nem podem conceber-se sem o tal do celular!
O endividamento familiar, em boa dose, explica-se pelos excessivos dispêndios em comunicações e transportes. As pessoas, para telefonia, veículos e vícios, costumam angariar e ostentar dinheiro. Os filhos menores, em inúmeras circunstâncias e situações, direcionam e mandam nos desígnios paternos!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://www.qualid.com.br 

A aparente esperteza



Fulana e sicrano, diante do filho das colônias, acharam-se deveras espertos e ousados (no setor de trabalho do serviço público). O beltrano, como aparente homem do interior, expressaria pouco conhecimento das espertezas e malícias das cidades.
O cidadão, a fulana, comunicou: “- Adveio, no intervalo da folga (de meio dia), um telefonema para ti! O outro lado da linha não quis deixar o nome e muito menos dizer o número para eventuais contatos! Este certamente ligará noutra oportunidade! O provável que tenha sido o tal do Misterioso!”
A cidadã, na discrição e em minutos, “mordeu a isca”! Ela, no seu “aparente e desmentido caso amoroso”, deu o rotineiro toque de celular. Esta, de forma insistente, vivia a negar “maiores intimidades e relacionamentos com o suspeito cacho!”
A alegada ligação, ao setor do expediente, constituía-se numa mera lorota! Um teste de esclarecimento de dúvida e medida de esperteza! O tal do retraído, numa singela artimanha, “atirou o verde para colher o maduro!”
Ele queria ter certeza duma situação (tradicionalmente negada entre brincadeiras e implicâncias). O esperto mediu a alegada astúcia e inteligência (na prática dos atos do cotidiano). A parte caiu como ingênuo e inocente patinho!
O indivíduo nunca pode subestimar a astúcia e inteligência dos humildes e pacatos cidadãos. A verdade aparece e transparece nos momentos menos imaginados e pensados! As pessoas vivem reparadas e testadas nas suas atitudes e comportamentos!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://floresdediamante.blogspot.com.br