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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A grandeza

Há muitos anos uma professora na Inglaterra pediu à sua classe que fizesse uma composição sob o tema "a grandeza". Entre os estudantes havia uma menina de família pobre, sem cultura, e assim a mestra não esperava que ela escrevesse nada excepcional sobre o assunto.
No entanto, o que a menina escreveu impressionou-a tanto que ela enviou o trabalho ao jornal local para ser publicado. O artigo logo suscitou notável interesse. Jornais em todo país publicaram e republicaram o que essa jovenzinha escrevera. Ninguém mais se lembra do seu nome. Mas o que ela escreveu continua sendo verdade até nossos dias.
Eis aqui alguns parágrafos:
"Uma pessoa jamais consegue a verdadeira grandeza esforçando-se por obtê-la. Você a alcança quando não a procura. É bom andar bem vestido. Dessa maneira é mais fácil impor respeito, mas é um sinal de verdadeira grandeza quando você, apesar de pobremente trajado, consegue o mesmo resultado".
"Quando mamãe era criança, havia um passarinho em sua casa chamado Guilherme, o qual quebrou a perna. Eles pensaram que teriam de matá-lo, mas na manhã seguinte encontraram-no apoiado sobre a perna boa, cantando. Aquilo era verdadeira grandeza”.
"Certa vez havia uma mulher que lavava muita roupa e dependurava no varal. O varal quebrou. Mas ela, sem dizer palavra, lavou-a toda novamente e desta vez a estendeu sobre a grama, de onde não poderia cair. Mas naquela noite um cachorro passou por cima das roupas, deixando as marcas das patas enlameadas. Quando ela viu o que acontecera, sentou-se e não chorou nem um pouco. Tudo o que disse foi: - Não é interessante que o cão não tenha deixado uma peça sem suas marcas? Aquilo era verdadeira grandeza, mas só os que lavam roupa sabem disso”.
Domínio próprio é fundamental na vida. É o que faz a diferença entre o líder e o liderado.

Alf Lohne (?)

Crédito da imagem: http://coderms-jesuseverdade.blogspot.com.br/2011/07/oracaoindicador-seguro-da-nossagrandeza.html

domingo, 16 de dezembro de 2012

Vinci, Leonardo da.

  1. Quem pouco pensa, engana-se muito.
  2. Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre.
  3. Quem não sabe o que quer, queira o que não pode.
  4. Jamais o Sol vê a sobra. Fácil coisa é fazer-se universal.
  5. Repreende o amigo em segredo e elogia-o em público.
  6. A necessidade é a melhor mestra e guia da natureza.
  7. Quem não estima a vida não a merece.
  8. A vida bem preenchida torna-se longa.
  9. Onde há muito sentimento, há muita dor.
  10. A coragem põe a vida em perigo, o medo protege-a.
  11. Quem não castiga o mal, ordena que ele se faça.
  12. Tudo que é belo morre no homem, mas não na arte.
  13. Um bom artista copia, um grande artista rouba.
  14. Não é preciso estar junto para estar perto, e sim dentro.
  15. Os cinco sentidos são as guias da alma.
  16. Pede conselho aquele que a si próprio sabe corrigir-se.
  17. Em primeiro lugar vem a dedicação, depois a habilidade.
  18. Não se pode amar ou odiar quem não se conhece  ainda.
  19. O tempo dura bastante para aqueles que sabem aproveitá-lo.
  20. A simplicidade é o último grau da sofisticação.
  21. As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio dum olhar.
  22. Não há coisa que mais nos engane do que o nosso juízo.
  23. Quem quer ficar rico num dia estará enforcado num ano.
  24. O conselho é muito mal recebido pelos que dele mais necessitam.
  25. O olhar de quem odeia é mais penetrante do que o olhar de quem ama.
  26. O ódio revela muita coisa que permanece oculta ao amor.
  27. Não há conselho mais leal do que é dado num navio em perigo.
  28. O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice.
  29. Melhor do que ter uma grande beleza, é ter um grande coração.
  30. Se tens que lidar com água, consulta primeiro a experiência depois a razão.
  31. Todo o nosso conhecimento se inicia com sentimentos.
  32. Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.
  33. Quando eu pensar que aprendi a viver, terei aprendido a morrer.
  34. Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, permaneça.
  35. Nunca imites ninguém! Que a tua produção seja como um novo fenômeno da natureza.

Fontes: extraídos de livros e sites.

Leonardo da Vinci (1452-1519) foi pintor, escultor, arquiteto e engenheiro (italiano) do Renascimento.

Crédito da imagem: http://www.idadecerta.com.br/blog/?tag=leonardo-da-vinci

Reunião de animais



Os bichos, convidados por uma comissão provisória, resolveram organizar-se numa assembleia geral. Queriam discutir e determinar resoluções sobre a preocupante situação das florestas. Elas, com o avanço da agricultura e pecuária, viram-se arrasadas e devassadas. A ideia original consistiria em organizar alguns atos de protesto. A moda, no momento, era fazer barreiras (nas estradas), caminhadas (diante dos palácios governamentais), invadir órgãos ambientais... Externar, de forma visível, o descontentamento e discordância (diante da ganância e insanidade humana).
Escolheu-se, no interior duma clareira (de mato), o local da reunião. Estabeleceu-se e divulgou-se dia e hora do acontecimento. As inúmeras partes atingidas/interessadas poderiam dialogar e expor ideias. O cenário, com o afluxo da diversidade das espécies, cedo ostentou-se ímpar. Algo indescritível e inimaginável na compreensão humana. “Cada um soube, em meio às necessidades e perigos, onde o sapato apertava!”. A ameaça da sobrevivência havia ajuntado partes amigáveis e divergentes! Uns seguranças, destacados entre as pacíficas aves, trataram de manter afastados adversários e inimigos históricos.
As confabulações, depois de quinze minutos de tolerância, começaram no ambiente. Os gatos e graxains, como aparentes maiorais (na Floresta Pluvial Subtropical/Mata Atlântica), coordenaram os trabalhos da assembleia. Adversários tradicionais, de imediato, externaram suas ladainhas (de desconfianças e queixas). Uns aplaudiram e outros vaiaram as conversas e falas. A anarquia, de forma incontrolável (diante da ausência duma força bruta maior), tomou conta entre os participantes. Acusações, de velhas desavenças e rixas, viram um momento oportuno para aflorar.
As cobras ajuntaram-se para querer abolir acusações/fama de serem traiçoeiras. As raposas almejavam trégua das implacáveis perseguições da cachorrada. Os pássaros queriam fim das caçadas dos gatos. Os ratos exigiram a abolição dos venenos. Os cachorros queixaram-se dos espinhos dos ouriços. Ouriços lamentaram as espingardas nas lavouras de milho. Saracuras mostravam sua indignação com os milhos envenenados como sementes... Cada espécie, sem nenhuma exceção, tinha suas lamúrias e reclamações. A bagunça e confusão instalaram-se. Os muitos participantes/todos, sem exceções, falaram e gritaram nos idênticos momentos. Ninguém dava ouvido a outrem.  Cada espécie preocupava-se simplesmente com seus dilemas e preocupações. O interesse comunitário havia sido renegado ao plano secundário. A sina, como solução final, continuou como de rotina: uns sendo alimentos a outros (na cadeia alimentar). As florestas conhecem a diminuição de tamanho ou sofrendo danos irreparáveis (com a proliferação da espécie humana).
Reuniões, onde todos falam e pedem, apresentam-se como nulidade. Os seres, na proporção das necessidades, possuem a tendência de só pensar nos seus interesses. Certas adversidade e divergências ostentam-se irreconciliáveis. Encontros, onde ninguém almeja ceder, mostram-se de pouca serventia. Certos assembleias/congressos, neste mundo afora, assemelham-se a belas reuniões de animais.

Guido Lang
Livro ”História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem:http://lecycpicorelli-bioarquitetura.blogspot.com.br/2011/05/dia-nacional-da-mata-atlantica.html#axzz2FBiB2WbO 

sábado, 15 de dezembro de 2012

A porta negra


Há algumas gerações atrás, durante uma das mais turbulentas guerras no Oriente Médio, um general persa capturou um espião e o condenou à morte.
O general, um homem de grande inteligência e compaixão havia adotado um estranho costume em tais casos. Ele permitia ao condenado que escolhesse. O prisioneiro podia enfrentar um pelotão de fuzilamento, ou podia atravessar a "porta negra".
Um pouco antes da execução, o general ordenava que trouxessem o espião à sua presença para uma breve e final entrevista, sendo seu principal objetivo saber qual seria sua resposta: o pelotão de fuzilamento ou a "porta negra".
Esta não era uma decisão fácil e o prisioneiro vacilava e preferia invariavelmente o pelotão ao desconhecido e aos espantosos horrores que poderiam estar por detrás da tenebrosa e misteriosa "porta negra". Momentos após se escutava o rajar das balas que davam cumprimento à sentença.
O general da nossa história, com os olhos fixos em suas bem polidas botas, voltava-se para o seu ajudante de ordens e dizia:
"- Eis ali o que é o homem, prefere o mal conhecido ao desconhecido. É uma característica dos humanos temer o incerto. Você vê, eu disse à ele para escolher".
- Afinal, o que existe atrás da "porta negra?" - perguntou seu ajudante de ordens.
"- Liberdade" - respondeu o general - "e poucos têm sido os homens que tiveram o valor de decidir-se por ela".

Autoria desconhecida

Obs.: Se algum leitor souber o nome do autor do texto, favor informar ao autor do blog, para  que os devidos créditos possam ser concedidos a esta pessoa.

Crédito da imagem: http://cabecadeblog.blogspot.com.br/2010/06/porta-negra.html

A forragem


        
           Um certo produtor, deveras detalhista nas suas atividades, comprou rações. O tambo, para manter a produção (das vacas), exige cuidados e inovações (complemento de nutrientes). Uns animais, na prática, mostram-se mais reparados como certos humanos. Os investimentos e valor genético, no sistema capitalista, justificam os excepcionais cuidados e reparos. A realidade inveja certos semelhantes e afronta o princípio cristão “do amor ao próximo”. Os humanos com suas contradições e hipocrisias!
O rural, como de hábito, foi adubar suas lavouras e pastagens. A silagem e o pastoreio exigem uma frequente reposição de nutrientes caso contrário o solo não comporta o manejo excessivo. Os estercos, de aves, gado e suíno, reforçam a fertilidade. O produtor, reparando o desenvolvimento das plantações (adubadas), observou um detalhe. Uma forragem nova, num único pé, advenha trazida entre os dejetos dos animais. Este, de forma contínua e paciente, observou o desenvolvimento da nova forragem. Tinha, na certa, sido trazido entre rações.
A forasteira adequara-se deveras bem ao novo habitat. O ambiente parecia-lhe próprio em função do massivo desenvolvimento. O produtor observou o ciclo e procurou deixá-la criar sementes. Este daí colheu-as e replantou-as em nova área (preparada própria à função/bem adubada e corrigida). As dezenas de grãos, colhidas com esmero, deram origem a dezenas de plantas. Estas, noutro ciclo, ocuparam um raio de dois metros quadrados. Um único pé, de algum centímetro quadrado, multiplicara-se em medidas bem maiores. A dedicação e paciência, com a espécie, estendeu-se para o terceiro ano. A multiplicação, no momento atual, já poderia encher uma lavoura (com as sementes disponíveis). Testou-se, ao longo do processo, a qualidade da forragem. O gado degustava-o de forma excepcional.
O morador, no ambiente da localidade, tinha sido instrumento da introdução de nova cultura. Outros colegas, produtores, ouviram referências e solicitaram exemplares. Ganharam-nos, como cortesia e precaução de perpetuar a espécie, diante da casualidade de algum eventual desastre. A colheita, do quarto ano consecutivo, possibilitaria encher a propriedade (por inteira) com a quantidade de sementes auferidas. Cultivou mais alguma área e propagou, entre o círculo dos muitos próximos (familiares e vizinhança), sua majestosa planta.
O exemplo demostra a preocupação colonial com o melhoramento genético. Novas culturas, bem mais produtivas, sempre são bem vindas. A domesticação das plantas, ao longo dos séculos, trouxe o milagre da produção. As rações, disseminadas nas últimas décadas, difundiram uma gama de espécies. A maioria, na prática, constituiu-se em belos inços. Alguns, só com herbicidas potentes, para eliminá-los no contexto das lavouras. Costumeiramente a natureza sempre resguarda alguma planta para manter viva a espécie.
O capricho e a dedicação enobrecem o trabalho. Os homens, com os modernos meios de deslocamento e transporte, tornaram-se grandes disseminadores de espécies assim como flagelo em função da introdução de impróprias. Um modesto grão, muitíssimo singelo, pôde revolucionar toda uma realidade. Os grandes feitos costumeiramente iniciam com modestas práticas.

Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://br.viarural.com/agricultura/defensivos-agricolas/basf/pastagem.htm

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O sábio e o escorpião


         Um mestre e seus discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O mestre correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão.
Quando o trazia para fora, o bichinho o picou e, devido à dor, o mestre deixou-o cair novamente no rio. Foi então, à margem tomou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião e o salvou. Voltou o mestre e juntou-se aos discípulos na estrada.
Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados.
- Mestre, deve estar doendo muito! Porque foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda! Picou a mão que o salvara! Não merecia sua compaixão!
O mestre ouviu tranquilamente os comentários e respondeu:
- Ele agiu conforme sua natureza, e eu de acordo com a minha.
Cada pessoa tem o seu jeito. Não tente mudá-la.

Autor desconhecido

         Obs.: Se algum leitor souber o nome do autor do texto, favor informar ao autor do blog, para que os devidos créditos possam ser concedidos a esta pessoa.


Crédito da imagem: http://www.benettonpragas.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=60&Itemid=91


O exemplo das formigas


      O calor de verão, a semelhança dum clima desértico (quente), abate-se de forma dolorosa! Os seres, de maneira geral, procuram sombras. As pessoas, nestes instantes, conhecem a importância das árvores. Elas, em meio à inclemência (solar), oferecem um ambiente ameno/umedecido. Uma diferença acentuada comparada “as fervuras das selvas de pedra” (cidades - onde os aparelhos de refrigeração não vencem de criar ambientes climatizados). O calor mostra-se impregnado nos materiais (asfalto e concreto). Os humanos, nas suas construções de alvenaria/impróprias, disputam/procuram lugares frescos (para safar-se do inóspito).
As formigas, de maneira geral, ensinam um nobre exemplo. Algumas variedades, na proporção do ambiente impróprio, refugiam-se no interior da terra. O calor aumenta e elas afundam-se mais alguns centímetros (solo adentro). Outras, diante da adversidade, labutam somente nos horários mais propícios. Estes ocorrem nas primeiras horas das manhãs e noites. Procuram, nos horários quentes, ocupar-se “com os expedientes internos dos ninhos”. Encargos, para manter a sobrevivência da comunidade, não devem faltar. Afinal, quem habita bilhões (de anos neste planeta) deve ter assimilado lições básicas.
Um comportamento assemelhado ocorre com certos colonos. Estes, com sua brancura, possuem sérios problemas de pele. O câncer (de pele), ao longo da história, tem sido um flagelo de muitos. Inúmeras famílias perderam ancestrais (na proporção da excessiva exposição solar). Manchas, nos tecidos, são outra realidade corriqueira. A tez branca cedo ostenta estas inconveniências. A solução, como sabedoria de vida, consiste nos cuidados com a exposição. Crianças, nas colônias, cedo são orientadas: “Sair do sol!”, “Abrigar-se da inclemência!”, “Evitar horários de calor!”... Histórias de imprudência não faltam nos relatos. Os protetores solares, na onda da modernidade, não dão conta dessa inclemência solar. A carência de água, a cada verão, parece acentuar o calor e aumentar sofrimentos. Sabe-se, pela experiência, do astro rei acabar com quaisquer artefatos (na proporção da massiva exposição). Os humanos, com eventuais abusos, não fogem a regra.
Inúmeros coloniais, além de usarem roupas compridas e chapéus largos para safarem-se dos raios, valem-se de outro ensinamento. Estes imitam a sabedoria das formigas. Os rurais, na calada da manhã, procuram atender as exigências do trabalho. Algo idêntico ocorre no cair das tardes. Aproveita-se os momentos mais frescos do dia para produção externa. Os horários impróprios, das onze às quinze horas, refugiam-se no interior das construções. Aproveita-se o espaço de tempo às tarefas internas (caseiras), convivência familiar, almoço, sesteada, negócios (na cidade)... Evita-se a exposição e poupa-se dos transtornos na velhice. Os maquinários modernos, com ar condicionado e teto, vem redimensionando, em parte, os hábitos. Algum ambiente fresco costuma ser comum nalgum canto ou recanto da casa e pátio. O porão, nesta época, assume ares de divino (ostenta-se continuamente fresco).
Certos ensinamentos perpassam as espécies. Quem cuida da saúde na mocidade, menos “remendo” costuma fazer na velhice. Os espertos tratam de aprender com quem revela-se especialista/profissional. A exposição excessiva, a inclemência solar, deixam as pessoas com aparência de velhos.

Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://gentebacana.wordpress.com/category/posse-responsavel/