Cinco gerações
ficaram a usufruir de determinada área agrícola, quando essa, a cada ano,
recebia de duas até três culturas. Batata, mandioca, milho e a vassourinha
ficaram a produzir no contexto de um espaço muitíssimo fértil. Os plantadores
continuamente a devassaram com os arados (de bois), com razão de “rasgar” este
excepcional solo. Animais e homens, num cortejo ímpar, percorriam os regos, que
viam-se tomados pelas pedras e vegetações. Uma gama de espécies (de inços)
parecia desenvolver-se em função da umidade retida nas rochas, que brotavam no
sabor da superfície. Os desbravadores sofriam com a inconveniência, porém a
magnitude dos frutos justificava a labuta insana.
Achegou-se, um belo dia, um
conhecido, que, através dos anos, tornou-se muitíssimo amigo. Este, vendo os
sacrifícios despendidos, no contexto da roça, disse uma prática agrícola.
Recomendou a cada ano limpar parte da propriedade do excesso de pedras, quando
possibilitaria a mecanização. Falou: “-Parceiro! Tira a inconveniência das
rochas e coloca trator nisso! O esforço, deveras oneroso no início, justifica a
economia de esforço lá adiante. Dá uma contribuição a teu filho, que aspira
continuar no teu empreendimento. As pedras extraídas organiza como cerca com
razão de serem curvas de nível a conter a erosão”.
O colono pensou e repensou
do explanado. Procurou, no período das entressafras, colocar mãos a obra,
quando diversos dias avolumou as pedras. Quantidades ímpares, numa “paciência
de Jó”, foram carregadas e levadas na direção dos valos. A coluna e os ossos,
no desfecho de cada empleitada, pareciam estralar. A diferença de visual, no
lugar, fazia-se sentir e cedo colocou-se o trator no lugar da boiada. A
lavração, gradiação e semeadura mecânica fizeram uma tremenda economia de
tempo, quando a área, no contexto da propriedade familiar, tornará-se a mais
nobre. Vizinhos elogiaram a mudança e facilidade do aproveitamento do lugar,
que tornara-se o cartão postal da unidade produtiva. Um protótipo para outros
tomarem idêntico exemplo e ele prosseguir limpando todos os espaços agrícolas
da propriedade.
Um
singelo conselho, dado de coração, ocasionara uma “revolução agrícola”, quando
mudou toda uma mentalidade de trabalho. O nome do amigo, como agradecimento,
foi externado aos “quatro ventos”. Os exemplos, ideias e sugestões, acrescidas
das práticas, revolucionam o mundo!
Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-Brasileiro)
Crédito da imagem: http://ruygessinger.blogspot.com.br/2011_07_01_archive.html
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