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terça-feira, 5 de novembro de 2013

A motoboy


O cliente, como consumidor, aconchega-se ao armazém da esquina. Os fornecedores, em esparsas unidades, vem e vão para abastecer as mercadorias do estabelecimento!
Os veículos, sobretudo caminhões e caminhonetas, revelam-se adaptadas e diversas ao abastecimento. O destaque, nesta oportunidade, foi a modesta motoqueira!
A motorista, como aparente motoboy, afluiu com espaçoso baú. O recipiente, com artigos de agregado e significativo valor, enchia-se com mercadorias várias!
Os materiais, entre medicamentos e perfumarias, viam-se abarrotados no interior. A procedência, ao curioso expectador, descabia fiscalizar e  interrogar!
A inovação, para baratear encargos de deslocamento, revelou-se ousada e racional. Os perigos, diante da vigente legislação, levaram a correr sérios riscos de assaltos e confiscos!
As pessoas, diante da necessidade de ganhar a vida e carecer de roubar, arriscam e sacrificam-se nas tarefas. Alguma maneira rendosa encontram de ganhar a sobrevivência!
Os preços, na diluição de custos, precisam de competitividade na acirrada concorrência. Os indivíduos, com instinto empresarial, começam pequenos para terminar grandes!
A criatividade, diante do desafio de angariar dinheiro, desconhece barreiras e limites. As vilas, nos cortiços e favelas, retratam o desafio “de extrair água de pedra” para sobreviver em meio as carências e improvisações!

                                                                            Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.simiteriomotopecas.com.br

O divino incenso


O calor de verão, há dias e horas, difundia acentuado e pesado ar. As abençoadas e aguardadas chuvas, com o aumento da umidade, achegavam-se ao cenário colonial!
O horizonte, na meio da tarde, avoluma carregadas e escuras nuvens. Os prenúncios de temporal encontram-se iminentes. Os ventos, entre nimbos, prenunciam a fúria natural!
A moradora, pessoa de extrema fé, apela ao tradicional subterfúgio familiar. A lição, assimilada e efetivada pelos ancestrais, visa dissipar a força dos temporais!
A cidadã, às pressas, avoluma folhas e gravetos. A tarefa consiste em constituir um singelo fogo! O fogão, como artefato próprio, mostra-se o local da apressada combustão!
Os materiais, como queima, conhecem a inclusão das palmas do Domingo de Ramos. As benzidas palmeiras, guardadas com zelo a nobre função, externam a intensa fumaça!
O gás carbônico, disseminado pelo espaço, exala os poderes do incenso. As nuvens, numa ativa e misteriosa mudança dos maléficos desígnios, diluem e dissipam-se nas alturas! 
A instabilidade, ativa e temida no lugarejo, aconchega-se calma e chuvosa. A invisível mão, no apelo aos sobrenaturais poderes, mudou intento e quadro adverso!
O Todo Poderoso, na administração da criação, ouve os clamores dos abandonados e desesperados. Os humanos, diante da natural fúria, ostentam-se fracos e indefesos!
A fé, na convicta alma, inunda de bênçãos a vida. Deus, em invisíveis e poderosas mãos, cuida e guarda os adorados e fervorosos filhos!


Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”
Nota: História narrada por Débora Weber/Dois Irmãos/RS.

Crédito da imagem: http://www.redeamigoespirita.com.br

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O segredo da amizade


O indivíduo, criado na sina do interior, precisou partir ao mundo. O estudo e trabalho, depois da maioridade, levou a aprender e ganhar a vida na cidade grande!
Uma cultura, variada a rural, precisou ser assimilada e vivenciada. Os conhecimentos e experiências coloniais, ao ambiente urbano, possuíam inexpressiva importância e serventia!
A convivência, em inúmeras grupos e tipos de indivíduos, levou a assimilar um modesto princípio. A lição, nas diárias relações, vivenciava-se entre achegados e estranhos!
A aplicação, em quaisquer ambientes e contatos, apresentava-se como dignos de admiração e aproximação. Desconhecidos e forasteiros constituíam bons amigos e companheiros!
A tática, entre as pessoas, consistia em encará-las com afetuosas e ativas brincadeiras e cumprimentos. A importância de “jogar conversa e tempo fora” revelava-se estratégia de aproximação e simpatia!
A facilidade de constituir amizades e tornar-se conhecido mostrou-se ímpar. Estes, nos ambientes em geral, revelava-se o centro das atenções, interesses e preocupações!
As pessoas, de imediato, interrogavam: Quem és tu? Donde vens? Quê fazes? A resposta advinha: Um simples humano! Um estranho qualquer! Um pacato cidadão!
Os indivíduos, sem distinção de classes ou raças, merecem consideração e respeito (pelo simples fato de serem humanos e semelhantes). O destino, sem maiores diferenças, fabricou-nos da idêntica matéria e conduzirá ao derradeiro descaso a novela da existência!

                                                                            Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.mensagenscomamor.com

Os bicos


O camarada, depois de quarenta anos de peleia, aposentou-se no formal emprego. O ganho certo e líquido, no final de cada mês, encontra-se uma realidade familiar!
A aposentadoria trouxe outra necessidade: o tempo. Como passá-lo no cotidiano dos dias e meses? O indivíduo, a título de complemento de renda, arrumou modestos bicos!
Os encargos, como curtido profissional, consistiram em  braçais esforços. As tarefas, entre outros, consistiram em arar lavouras, limpar jardins, reparar instalações...
A remuneração, num pré-combinado entre as partes, sucedia-se por horas ou empleitadas. Algum valor via-se estabelecido abaixo dos reais preços de mercado!
O trabalhador, sem maiores descontos e encargos, avolumava aproximados dois mínimos mensais de renda! Um bom complemento ocorria a arrojada aposentadoria!
Um excepcional reforço de caixa sucedia-se para despesas e investimentos diversos. O passatempo, com singelos ganhos, permitiu a elevação da dignidade e qualidade de vida!
Inúmeros aposentados, como cinquentões, revelam-se jovens para ficar na completa folga e ócio. Trabalhos braçais, com a mecanização, carecem de interessados em realizá-los!
Os apegados e educados no trabalho, desde tenra idade, encontram afazeres e passatempos úteis como tarefas. A ocupação, no princípio de sentir-se útil, ignora a ideia de patologias e velhices!

                                                             Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.correiodeuberlandia.com.br

domingo, 3 de novembro de 2013

A carneação


Os animais domésticos, em meio ao intenso calor de verão, mantiveram singelas conversações. As idas e vindas, pelo pátio colonial, permitiram comentários e intrigas!
O assunto, na oportunidade, relacionou-se as agruras do Sol de verão. Este, num vigor ímpar, castigava a todos e a tudo. Os animais e plantas viram-se exauridos pelo infernal calor!
Cães, galinhas, gatos, porcos e vacas reclamavam das intempéries. Como poderia haver tamanho contraste entre os dias? Chuva, frio, sol e vento castigavam os viventes!
As aves ciscavam nos momentos mais frescos das horas do dia. Os caninos e felinos espreguiçavam-se nas sombras. Os bovinos pastavam nos amenos horários!
O suíno, enjaulado no cubículo do chiqueiro, queixava-se como a pior das vítimas! Os raios, no entardecer, batiam em cheio no mal cheiroso ambiente e instalação!
O animal vivia a falar da necessidade de água e chuva. Este, em resumo, repetia: “- Ah! Bem que poderia chover! Advir alguma frente fria. A friagem tomaria forma como alento”!
As condições meteorológicas, numa altura, trouxeram a ambicionada e sonhada precipitação. A queda suave da temperatura tomou vulto! Os seres refrescaram-se!
A família, diante das necessidades de alimentação, colocou mãos a obra. Ela carneou o porco. A carne, com a friagem, conheceu fácil conservação. O trabalho melhor rendeu!
O lamurioso porco, o desejoso das mudanças, pagou o ônus com a vida. Ele entrou de gaiato na história da carneação! A friagem pregou indesejável peça!
Os indivíduos, com abusos e exageros, incorrem na própria desgraça e ruína. Inúmeras pessoas, em meio ao bem estar e fartura material, “choram de barriga cheia”!

                                                                                    Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://bicharada.net

A casualidade


O cortador, no carro, guarda as ferramentas. A condução, no acesso ao mato, vê-se estacionada ao fácil uso! Os perigos de percurso, a princípio, vêem-se descartados!
O trabalho, na colheita do eucalipto, inicia no ensolarado dia. A preocupação consiste em produzir quantidades. Os ganhos decorrem da contagem dos empilhados metros!
A primeira árvore, pelos cálculos, carece de oferecer maiores perigos no corte. O local do tombamento, a primeira vista, ostenta-se limpo e pré-determinado!
Algum ar em movimento, em forma de leve brisa, impulsiona a direção. O vegetal, pelo imenso comprimento, atinge direto o estacionado veículo!
O prejuízo, nos espelhos e lataria, toma vulto. O trabalho precisou ser dispendido para ressarcir prejuízos. Quê raiva? Estragou o dia? Primeiro consertar a condução!
Os atropelos e imprevistos ocorrem em quaisquer atividades e situações. O indivíduo nunca pode subestimar o poder da casualidade. Ela abate-se nos momentos inesperados!
A pessoa, com carência de bens, incorre em nada desperdiçar. Os encargos recaem em quem ostenta posses. A infelicidade própria revela-se a felicidade de outrém!
As chances de ganhos incorrem igualmente em possibilidades de perdas. O cidadão resguarda-se dos infortúnios, porém os cuidados nem sempre revelam-se suficientes!

                                                                        Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.correiodoestado.com.br

sábado, 2 de novembro de 2013

Uma conversa


O moço, no baile, enamorou-se por determinada fulana. Ela, como senhora moça, adorava encontrar um exímio pé de valsa! O cidadão, na prática, mostrava-se um amador!
A dança, como diversão e exercício físico, mantinha-se principal objetivo à frequência. O estabelecimento de amizades e parcerias via-se executado num plano secundário!
O cidadão, carente de ostentar shows na pista, procurou remendar a adversa situação. Os machões, no primeiro ato ao encantamento, procuravam convidar à dança!
O sicrano achegou-se para estabelecer a singela conversa. O interesse consistia em conhecer a esbelta e embonecada mulher. Um agradável diálogo tomou conta!
A surpresa, numa altura, consistiu no convite à dança. O imaginável sucedeu-se no “tal do fica”: acalorados e afetuosos abraços e beijos viram-se externados e recebidos!
A variação de estratégias são modos de alcançar difíceis objetivos. O impossível, com esperto jeitinho, poderá tornar-se viável! A inteligência demonstra-se no cotidiano das ações!
Os profissionais, conceituados e especializados, ostentam fraquezas e virtudes como o cidadão! As pessoas, nas aparências e riquezas, criam e estabelecem as diferenças!

                                                                                     Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://prsilviohirota.wordpress.com