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domingo, 11 de agosto de 2013

A ameaça



Um profissional, recém formado numa universidade, precisou enveredar pelo trabalho. Este, filho de colonos, pediu o cargo numa povoação em formação.
O cidadão, como professor, quis labutar numa miserável vila próxima a casa. Este, como utopia de iniciante, queria cumprir sua missão de “extirpar a burrice e miséria do mundo”.
O profissional, nos encontros das primeiras aulas, recebeu ameaça do filho do traficante. Este, pouco interessado nas cobranças e estudo, “ameaçou em dar um jeito no recém nomeado mestre”.
O moleque, no meio da aula e diante de colegas, questionou a autoridade do educador. O menino, sem papa na língua, falou: “- Professor! Vou te dar um tiro!” O objetivo consistia em amedrontar e suavizar as cobranças!
O educador, olhando olho no olho e numa serenidade ímpar, respondeu: “- Fulano! Se acontecer alguma coisa para mim! Aproveita, junto a teu pai, encomendar o meu e o teu caixão. Os meus, em qualquer canto desse mundo, darão um jeito te achar!”
O comentário posterior foi: “- Não dá para meter com esse cara”. O guri, lá adiante, tornou-se um amigo e parceiro. O professor, como lembrança, tinha o menino como referência (na sua curta jornada). O pulso firme, em momentos e situações, não pode faltar e fraquejar!
A firmeza de posições, em meio ao diálogo e um norte como princípios, evita aborrecimentos e atropelos futuros. A coragem e ousadia mostram-se uma virtude dos fortes de espírito. Os moleques, alheios a companhia da gangue, mixam-se por muito pouco!

                                                                                  Guido Lang
 “Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://fanfiction.com.br

A ousadia dos cortadores


As propostas viáveis antecedem os negócios. As partes colocam suas necessidades com razão de viabilizar as trocas. O financeiro norteia os passos de quaisquer transações!
Um reflorestador, durante uma década, plantou e esperou sua área de eucalipto. As árvores, num progressivo crescimento e desenvolvimento, precisaria produzir madeira. A matéria-prima básica, cortada em metros, permitiria a produção de carvão vegetal.
O proprietário, num momento, mostrou-se interessado em ceifar a floresta. A necessidade de dinheiro, depois de tamanho aguardo, obrigou-lhe a pensar no corte. Uma colheita com razão de possibilitar ressarcimentos aos anos de dispêndios!
Os cortadores, na época de carência de mão de obra, achegaram-se à transação. Eles, diante da situação econômica própria, externaram sua proposta: “- Meia a meia! Um metro para ti e outro para nós! A madeira limpa, na estrada, para vender aos atravessadores!”
O proprietário, como contraproposta, respondeu: “- Estimados! Plantei e esperei tanto para o lucro dos cortadores! A ideia mostra-se um terço! Uma parte para o trabalho e duas ao investidor! Pegar ou largar! Outros cortadores também existem!”
Os profissionais, como dupla, rebateram o exposto: “- Companheiro! Tornou-se bem mais vantajoso cortar do que plantar os matos!” O escambo, até numa próxima conversa, ficou para avaliações e estudos! O fechamento, desta vez, não se concretizou!
A exploração, dentro das oportunidades, advém tanto dos assalariados como dos investidores. Os negócios e trabalhos não são fáceis para ninguém! A oferta e procura, pelo mercado comprador final, define as condições e viabilidades financeiras!
Os negócios viáveis exigem cedência e tolerância dos envolvidos! Os assalariados, dentro das possibilidades, carecem também de deixar por menos, porém os donos acumulam a tarja de exploradores. As adversidades exigem paciência e prudência!
                                                                            
   Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://sisflorestal.wordpress.com/category/eucalipto-sp/

sábado, 10 de agosto de 2013

A extrema suspeita



O cliente, como em várias ocasiões, dirige-se a agência bancária da esquina central. Este, a bons anos, faz aplicações, depósitos e saques ou verifica extratos e saldos!
A rotina, naquela ocasião, rompe-se com uma extrema desconfiança. Um fulano, completamente desconhecido, acompanhou-o no interior do estabelecimento.
Este, barbudo, cara cerrada e óculos escuros, inspira observação. O temor, com problemas com a lei, parecem transcrever nas faces!
O cidadão, numa exceção maior, carece de ter interesse no manuseio dos caixas automáticos. Este simplesmente resguarda-se no interior do prédio!
Algum extrato, casualmente estirado no chão, ajuntou à devida conferência! Um comportamento diverso dos demais e tradicionais usuários!
O cliente, na saída, externa o dom do cumprimento. Este ostenta-se simplesmente apático! Uma postura atenta e estática mantém-se!
A desconfiança reforçou-se “de rolar algo maior!” A explosão de agências e caixas, numa completa inconsequência dos atos, tornou-se uma ousadia e sina da especializada bandidagem!
O camarada cliente ficou na dúvida. Dá, como recado, algum toque a gerência ou fica na postura da indiferença! Conversa com próximos sobre o ocorrido!
Este, no final, deixou por isso! As câmeras deverão apontar desvios de rota. A lembrança do velho princípio reforçou a postura: “– Boca fechada não entra mosca!”
A discrição e privacidade revelam-se segredos da longa vida. A bandidagem, com a história do “flagrante”, assumiu ares da ousadia e vingança. Os cidadãos, diante das muitas artimanhas nas cidades, revelam-se deveras desconfiados e prevenidos!

                                                                               Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://noticiasdecuriosidades.blogspot.com.br

Um namoro virtual


Uma esperta e singela moça, criada nas colônias, procurou inovar no relacionamento. As facilidades de comunicação, com a Internet, permitiram constantes e fáceis contatos!
A cidadã, no manejo do acolá e aqui da máquina da informação, conheceu certo parceiro. Este, morador da megalópole, despertou interesse e paixão pela sua fala mansa!
Os contatos passaram ser contínuos e diários. A comunicação, nos recursos do site (como almas gêmeas), “implementou as turbinas”. O amor vencia barreiras e distâncias!
A beltrana, numa altura, recebeu convite de ir conhecer o fulano. Ela, embonecada e esbelta, dirigiu-se de avião à megacidade. O bem amado recebeu-a na propagada residência!
A surpresa, de cair o queixo, sucedeu-se: “- Morador miserável duma infindável favela! Outro submundo das muitas periferias! Um contraste chocante com a pacata vida do interior!”
A reação extrema e repentina ocorreu numa meia volta. O retorno, às pressas, fora a escolha. A casa paterna mostrou-se o porto seguro! A certeza de não “comprar gato por lebre!”
A menina moça aprendeu a lição das aventuras amorosas serem arriscadas e complicadas! A escolha sábia obriga a conhecer bem a parceria (antes de maiores compromissos e doações).
A divisão das misérias pouco encanta e interessa. Averiguar as realidades ostenta-se um princípio e segredo do êxito dos empreendimentos. O virtual descreve uma realidade, a prática escreve outra situação!

                                                                                    Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://presentepravoce.wordpress.com

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Um singelo começo


Um moço, recém iniciante na carreira profissional, expôs três dezenas de livros. Estes, como improvisado sebo, conheceram o ambiente duma praça central da cidade!
O cidadão, amante dos livros e escritor ocasional, deparou-se com a bela e ousada iniciativa. Ele, ao apreciar as publicações, conversa e cria amizade. Algum negócio, na proporção do interesse, sucede-se nas relações.
O fulano, ao jovem empreendedor, precisou externar os parabéns. Um modesto negócio a auxiliar “a suavizar a burrice e ignorância humana neste mundo!”
A profecia, numa altura, somou-se aos elogios: “- Fulano! Chegará mais ou menos dias em que terás a tua própria loja! A habilidade de livreiro espelha a vocação dos privilegiados”.
Uns meses transcorreram! O autor esqueceu-se da proposição! O encontro ocasional transcorreu numa rua. O rapaz, de imediato, comunicou: “Tua profecia, em meio ao aberto de mão, concretizou-se de abrir minha loja!”
A visita, para conhecer a boa nova, aconteceu de imediato. O alento, desta vez, foi: “- Camarada! Vou, em breve, ver o espaço abarrotado de relíquias! O caminho, da loja ampla e rica, abriu-se no horizonte do saber!”
O cidadão, como sabedoria, precisa externar alento e incentivo às jovens iniciativas. A modéstia mostra-se ensaio à conquista dos grandes louros! Os negócios, com o constante aumento populacional, tentem fluir na multiplicação das oportunidades!

                                                                                            Guido Lang
 “Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.mais1livro.com/livro-de-fantasia-e-mais-8-wallpapers/

A hospedagem residencial


O sonho da casa ampla, bonita e própria mostra-se aspiração e sonho de quaisquer enamorados. O projeto, nalgum momento, precisa ser colocado em prática!
As famílias, nos interiores, costumavam economizar anos. Estas, depois de alguma soma acumulada, iniciavam a compra progressiva dos materiais.
O objetivo, para safar-se da especulação financeira, consistia em fugir da exorbitância das correções e juros! Os empréstimos ocasionais sucediam-se junto a conhecidos e parentes próximos! Os bancos inspiravam temores de endividamentos impagáveis.
As poupadas reservas, nalgum momento, viam-se reunidas para “colocar mãos à obra”. Construtores, como marceneiros e pedreiros, eram contratados. O dono e familiares, como fiscais do trabalho, ostentavam-se costumeiramente auxiliares dos profissionais!
Um morador, no interior duma linha, colocou o plano em ação. Ele, como próprio construtor, aproveitou o inverno para edificar (época de menor serviço nas lavouras e matos). Um mano, como mão de obra paga, constituiu-se no ajudante e servente!
A moradia, imaginada e planejada nos detalhes, promete durar uma inteira vida. Esta, no momento, apresenta-se a mais famosa e majestosa do lugarejo. Um mérito familiar de conquista e trabalho ímpar: digna da maior e melhor admiração e elogio!
Um forasteiro amigo, a título de implicância e reconhecimento, externou os ares da graça: “- Fulano! As autoridades, na proporção da achegada a localidade, já sabem onde devem e podem hospedar-se! A residência apresenta-se o cartão postal do conforto e funcionalidade!”
Uma vizinhança, ouvindo a conversa (jogada ao vento), aborreceu-se de ciúmes e invejas. O cidadão precisa contribuir e torcer à evolução e progresso comunitário! O bem estar e conforto alheio, de alguma forma, favorecem o indivíduo!
A moda, no passado remoto, consistia da autoridade visitante hospedar-se na casa comercial ou comunitária. As moradias espelham as crenças e princípios dos construtores e ocupantes. A construção residencial, em termos gerais, revela-se a grande e ímpar obra duma existência!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.skyscraperlife.com/latin-bar/81444-%BF-sabias-esto-de-alemania-29.html

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A guerra silenciosa


Os moradores, na calada da noite, escutaram novos disparos. Eles, na sina das periferias, encontram-se cada vez mais comuns. Os tiros, num dia normal da semana, sucederam-se na vila!
Os trabalhadores, depois dum dia de penosas jornadas, encontram-se acamados. O frio, no sabor do inverno, revela-se um convite a mais ao aconchego do berço. Outros, em função da televisão, retardam o recolhimento!
A surpresa, no silêncio da madrugada, adveio em função dos estrondos. O zunido de balas abalou o pacato lugarejo da periferia urbana. Os moradores, depois do uso frequente, passaram a reconhecer logo os zunidos!
As conversas e relatos, em minutos, escuta-se pelas janelas e ruas. A notícia espalhou a realidade do ocorrido: “- Mataram mais um! Parece ser o fulano! Morador da esquina do beltrano! Ele tinha problemas com droga!”
O desentendimento, pelos comentários, liga-se a outra disputa de ponto de venda. O comércio revela-se cada vez mais difundido e intenso. Os esparsos consumidores, em função dos muitos vendedores, implantaram um silencioso e violento conflito!
A guerra, entre gangues e quadrilhas, mostra-se uma rotina nas periferias. A praga, como generalizado negócio, disseminou-se entre avenidas, becos e ruas! A população, diante das barbaridades das eliminações, diz: “Um marginal a menos!” “Este vai tarde!”
A bandidagem, a partir dos presídios e vias, elimina-se de maneira acirrada. A população, na escuridão das noites, mostra seu poder de fogo. Os desafetos costumam conhecer o acerto de contas! O sofrimento dos familiares das vítimas costuma ser doloroso!
Malandro não fica velho, acaba baleado ou drogado. A bandidagem, em função do tráfico, implantou a generalizada e silenciosa guerra urbana. Quem, nas caladas das noites, perambula pelos ambientes das avenidas e ruas coisa boa não costuma ser!

                                                                                                 Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://ordanel.blogspot.com.br