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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Uma lição de economia



Uma adolescente, com certa mordomia na família, levantou tarde da manhã. Ela, noite adentro, ficou online na rede mundial de computadores!
Os pais, das necessidades do café, estavam satisfeitos. A mesa, com os artigos guardados, viu-se arrumada. Os compromissos familiares, como genitores, precisavam duma atenção e trabalho!
A jovem, ao café da manhã, precisou esquentar água na chaleira. O recipiente, até a metade, viu-se enchido com líquido. Um volume exagerado para uma exclusiva e modesta xícara!
O pai amigo, casualmente apreciando a cena, deparou-se com aquele exagero. Este, como principal pagador das contas, explicou-lhe um singelo princípio financeiro!
Este, como improvisado economista, detalhou: “- Filha! Por que tamanha quantidade? Esquenta somente o necessário ao teu consumo! Quaisquer necessidades mostram-se gastos! Os dispêndios desnecessários resultam em dinheiro e mais trabalho!”
A explicação, como professor, continuou: “- O gás possui custos! Por que dispor em vão? O dinheiro, da aquisição, precisa ser ganho e sai do bolso! O desperdício, além de exaurir a natureza, exige esforço redobrado. O bom senso, no consumo do necessário, permite comprar outro bem com os recursos!” 
A filha, à existência, assimilou a noção de economia. Outras lições, no ínterim das convivências, complementaram o curso da escola financeira!
Agradeça, ao fundo do coração, aqueles que se dão a consideração, paciência e tempo de explicar certas valores à vida! Estas pessoas revelam-se uma dádiva!
Os grandes princípios econômicos aprendem-se no aconchego familiar. A explicação, através do exemplo concreto, resulta numa fácil e rápida assimilação. Quem paga as contas sabe bem aonde dói os calos!

                                                                                     Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://envolverde.com.br

A razão de ser


Um cidadão, como temporão, ficou junto à casa paterna. Ele, num pré-estabelecido entre os manos (irmãos), ganhou a nobre e sublime missão de “amparar e cuidar dos velhos”.
O fulano, numa altura, conheceu uma companheira. Esta, bem antes do estabelecido e previsto, achegou-se moradia adentro. Os anciões, numa ocasião posterior, partiram ao descanso derradeiro!
As gerações continuaram a sina da contínua renovação. Os novos advieram no lugar dos velhos! Os filhos nasceram na nova e reformulada família!
O infortúnio, numa altura da convivência, abateu-se sobre o cidadão. A depressão, não tratada, levou-o a efetivar a atitude extrema: tomar-se a própria existência.
Casa, instalações e terras ficaram no vazio. Os filhos, criados ao mundo, mantiveram seus interesses e negócios. O isolamento, em meio à solidão, exigiu novas medidas!
A companheira, povoada de saudosas lembranças, resolveu partir da moradia e lugarejo. O patrimônio, sem a presença da cara metade, carecia de maior importância e significado!
A viúva, na venda do espólio, rearrumou algum cantinho numa crescente cidade. O objetivo, no novo espaço, consistiu em ficar próximo a filhos e netos!
A procura, duma segunda parceira, mostrou-se um discreto desejo! Alguém muito especial unicamente interessava! A pessoa, com os muitos casados e comprometidos, encontrava-se difícil de encontrar e existir!
A existência, de certas realidades, justificam-se unicamente com a presença da parceria. Os intrusos, de maneira geral, relegam e vendem o patrimônio de gerações. O indivíduo procura o espaço onde a vida mostra-se mais fácil e interessante!

                                                                              Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.trekearth.com/gallery/South_America/Brazil/South/Rio_Grande_do_Sul/photo467089.htm

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

As cisternas financeiras


Uma família resolveu mudar-se no interior do lote colonial. Ela, dos fundos da propriedade, mudou-se próximo a estrada geral!
As facilidades de acesso possibilitariam uma série de conveniências. A instalação de luz, facilidades de escoamento da produção e os passeios ágeis foram causas da transferência.
O problema maior, no comprido e estreito lote, residia na carência de água. O líquido, na ausência duma fonte natural, levou a improvisações e investimentos!
O conhecimento humano, na ausência das caixas d’água, precisou pensar e inovar! Criar alguma solução esperta e viável diante da adversidade da carência natural!
O jeito, com a ausência do encanamento da rede comunitário, consistiu aproveitar as intercaladas chuvas. As onerosas cisternas, como sólidos reservatórios, foram edificadas nas instalações e moradia!
O sistema, por uns bons anos, funcionou a contento. A criação da rede comunitária levou a aparente aposentadoria das instalações. As reservas, diante dos eventuais problemas na comunidade de água, mantêm-se valiosos complementos e socorros!
O idêntico aplica-se a sabedoria financeira. A poupança, a semelhanças das cisternas, vêem-se criadas no período das bonanças. Os depósitos, na época das vacas gordas, suprem o tempo dos meses das vacas magras (estiagens).
Algumas reservas mensais, guardados nas cisternas das poupanças, mostram-se prudência às intempéries da existência. Os valores, salvo necessidades inadiáveis, revelam-se um capital inexistente!
Um colchão d’água, como reservatório no cotidiano das despesas, ostenta-se economia, prudência e sabedoria. Um fundo de reserva, às distâncias e madrugadas, evita engrossar filas dos pedintes e usuários nos serviços públicos. A velhice serena e tranquila, no caminho do inadiável infortúnio, requer o socorro das cisternas financeiras!
                                                                                            
Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:  http://ultradownloads.com.br/papel-de-parede/Barra-de-ouro/

O chamado da praça


Um educador, numa praça central da grande cidade, caminha de forma descontraída. Ele, tendo por hábito a pontualidade, preocupa-se com o horário de trabalho!
Um elemento, num estranho trio, chama-o: “- Oh professor! Como vai?” Os dois colegas, parceiros do grupo, dirigem o cumprimento e respeito na direção do pedestre!
O profissional, num impulso repentino, não deixa por menos! Aproxima-se e estende a mão! A admiração e espanto advêm do estado daquele ex-aluno e jovem!
Um moço, com idade aproximada dos vinte e cinco anos, encontra-se chapado e topado. Ele, nem um segundo sequer, descuida e larga o improvisado palheiro!
A doação revela-se completa ao vício! Uma impotência generalizada, com olhos avermelhados e fundos, direciona o jovem velho a continuar na autodestruição!
A profissão, como esperança de continuação e ocupação, liga-se as pinturas de grafite! Alguma sugestão, por procura de auxílio e tratamento, foram certamente em vão!
O antigo mestre ficou numa dor e mal estar: “preciosas vidas jogadas aos porcos”. Este, numa auto-avaliação, questionou-se: “não foram esses os conhecimentos ensinados”. Os jovens poderiam ser um dos seus próprios filhos!
Alguma mudança de rumo, no contexto do embalo festivo e convite fortuito, trouxe a desgraça e miséria! Uma parcela da jovem geração, impulsionada pelo comércio da contravenção, cede e doa-se ao flagelo das drogas!
Uma existência, dedicada ao prazer do vício, promete uma trajetória curta e dolorosa. Certas mazelas, ao cidadão curtido e vivido, dilaceram e machucam o coração. A sensação de impotência, diante duma ardilosa e escamoteada estrutura pelo dinheiro, demostra a crueldade do gênero humano (aos próprios da espécie).
                                                                          
   Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://www.rodrigovianna.com.br

domingo, 4 de agosto de 2013

A imprópria metragem


Uma empresa estrangeira, muito correta e exigente no mercado fornecedor, comprava couros de determinadas firmas. O produto, com a abundância de gado nos pastos locais, mantinha-se comuns nas paragens regionais.
Vários fabricantes ostentavam-se tradicionais exportadores e fornecedores. Estes, numa matemática financeira peculiar, possuíam preços convidativos e inferiores a uma concorrência familiar.  Os valores, em dólares ou euros, vinham mais em conta!
A determinada firma, nos enxugamentos cá e lá, não conseguia esta cotação nos custos de produção! As vendas, ao estrangeiro, mantinham-se esporádicas e ocasionais!
Os donos, num encontro informal, conversaram-se sobre a questão preço numa feira internacional. O comprador repassou o interesse de manter transações, porém externou a questão preço maior (comparado à concorrência local).
O fornecedor, como explicação de vendedor, revelou uma singela artimanha comercial: “- Fulano! Vê a qualidade e metragem exata daqueles que dão os especiais descontos!”
O comprador, nas próximas compras e remessas, mandou conferir os detalhes da qualidade e medir a exatidão das mercadorias. Estas, a título de exemplo, constavam a medição cem, porém podiam conter noventa e nove ou menos na metragem!
O correto, na lícita prática, consistia em contar o informado (eventuais centímetros a mais do que a menos como garantia e precaução). As duas empresas, depois do alerta e revelação, tornaram-se exclusivos e parceiros de décadas!
A exata conferência evita desperdícios nos lucros e revela-se sinônimo de sobrevivência nos negócios! “Os olhos do patrão, nos pastos, engordam o boi!”
O cliente, dentro do competitivo mercado, merece a correção e qualidade. O segredo do mascate consiste em criar à efetiva e exclusiva clientela. A honestidade e transparência inspiram confiança e crédito!

                                                                                            Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.fernandacouros.com.br/

A malfadada bancarrota


Um criador, na pausa das preocupações e trabalhos, assentou-se tranquilo debaixo do arvoredo. Este, numa singela sombra no pátio, podia safar-se do calor e vislumbrar uma panorâmica visão!
As ideias, na prática, encontravam-se focadas nos negócios. A mente mantinha-se absorvida com a cotação do dólar, crise das exportações regionais, preço exorbitante dos insumos... Um prato cheio para um modesto investidor rural!
O milho, principal ingrediente do trato animal, via-se comprado na propriedade. O valor, na entressafra, mantinha-se cotado “com o preço lá nas nuvens”. As importações de grãos sucediam-se através das instâncias governamentais!
A produção de frangos, no momento econômico adverso, não recompensavam os altos e muitos investimentos e trabalhos. O lucro eventual sucedia-se numa estreita margem. Os cálculos, num eventual contratempo, indicavam possibilidades de prejuízo!
As abusadas angolistas, nas cercanias e soltas pelo espaço, resolveram externar os ares da graça e implicância. As aves, muito ariscas e desconfiadas, gritavam: “- Patrack, patrack, patrack!!!”
O colonial, numa interpretação anômala, compreendia “bancarrot, bancarrot, bancarrot...” O significado, no dialeto do Hunsrück (alemão) como falência, traduzia: “- Bancarrota, bancarrota, bancarrota!!!”
O produtor, no desfecho do dia, enveredou por ímpar caçada. Ele, com astúcia e dificuldade, “apanhou o bicharedo e meteu-o no troco numa venda”. Os “bancarrot” tinham pagado o impróprio pela provável carneação e transferência!
O proprietário, no desfecho, ainda desabafou: “- Chega de ser gozado pelos vizinhos e agora ainda pelas ingênuas aves! Os falatórios e torcidas, no momento, mantém-se suficientes para aborrecer e esquentar a cabeça e os cornos!”
Subalternos, extrair sarro do patrão, ostenta-se arriscado e ousado! As palavras dúbias, ao amedrontado e desconfiado, revelam-se denúncia e implicância! Os pequenos e pobres, nas frequentes oscilações econômicas, pagam o ônus maior das crises!

                                                                                            Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”


Obs.: História narrada por Ronald Eggers/Languiru/Teutônia/RS/Brasil.

Crédito da imagem:http://www.flickr.com/photos/vanmagenta/6723042125/

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Um ingênuo aviso


Uma profissional, contratada para externar a vocação, deixou um recado claro à chefia. Ela, com as alturas, não queria arriscar a sorte e maiores incômodos!
O estabelecimento escolar, comum a cada ano letivo, almejaria apresentar suas vocações e divulgar o trabalho no seio comunitário! Justificar, em síntese, os enormes dispêndios públicos!
O ambiente, no ginásio multifuncional e pátio coletivo, precisaria ganhar uma especial decoração e um excepcional palco. Os profissionais, à instalação, viam-se contratados às funções!
A decoradora, para dar ares diversos às paredes nuas dos tijolos, ganhou a oportunidade profissional. Esta, em conversa com a chefia, combinou detalhes, horários, materiais, preços...
Um pedido, como particularidade, revelou-se anômalo e curioso. A direção, num instante, pensou nalguma besteira. Aquelas fobias próprias de cada indivíduo!
A cidadã, com temores de quedas e fraturas de ossos, saiu com um modesto pedido. O aviso, na fala informal, consistiu: “- Eu tenho medo de alturas! Eu costumo não trepar!”
Os ouvintes, de alguma distância, externaram a generalizada gargalhada. As gracinhas, num momento desses, não faltaram no cenário de arrumação e descontração!
Uma singela expressão ou palavra pode fazer diferença. Aspectos relacionados ao sexo dispensam maiores ensinamentos e explicações. As malícias encontram-se costumeiramente naqueles que ouvem e refletem!
                                                                      
Guido Lang
 “Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: https://www.agrotama.com.br